Depois de prestar depoimento durante cerca de sete horas no dia de ontem (terça-feira) ao delegado federal Janderlyer Gomes, o superintendente executivo do Banco Bradesco, Renan Mascarenhas, não foi indiciado na Operação Taturana, que apura o desvio de mais de R$ 280 milhões dos cofres da Assembléia Legislativa de Alagoas (ALE).
Em seu depoimento, Mascarenhas indicou os nomes de dois outros integrantes do alto escalão do Bradesco como sendo os responsáveis pela autorização dos empréstimos fraudulentos – pagos com recursos da ALE – contraídos por deputados e ex-deputados.
O delegado Janderlyer Gomes não pôde informar os nomes dos membros da diretoria do banco citados por Mascarenhas, por não estar de posse do depoimento no momento, mas adiantou que ambos serão ouvidos, provavelmente em São Paulo, na próxima semana.
Na manhã de segunda-feira, 2, o atual gerente do Banco Bradesco (agência Jaraguá), Isael Moreira dos Santos foi ouvido pelo delegado e confirmou o fato de que era Renan Mascarenhas o responsável por autorizar os empréstimos.
Na ocasião, Janderlyer disse que a única forma de Mascarenhas demonstrar sua inocência seria provar que alguém superior a ele teve responsabilidade no esquema, o que de fato parece ter ocorrido no depoimento de ontem à noite.
Mascarenhas chegou à sede da PF, em Jaraguá, às 14h, acompanhado de seu advogado, e deixou o prédio às 22h. Durante todo o tempo que durou o depoimento, o mesmo táxi que levou os dois até o local ficou aguardando na frente do prédio.