O clima de aparente tranqüilidade no sistema prisional, na manhã desta quinta-feira, 5, chegou ao fim. Com a suspensão das visitas, devido à greve dos agentes penitenciários, reeducandos do Presídio Cyridião Durval atearam fogo a colchões e passaram a arremessar objetos nos corredores da unidade.
Agentes do Grupo de Ações Penitenciárias (GAP) entraram na unidade para tentar conter o princípio de motim. Desde ontem, reeducandos do Presídio Baldomero Cavalcante e Casa de Detenção de Maceió não tiveram direito a banho sol ou visita, sendo mantida apenas a alimentação. Também foram suspensas as escoltas de reeducandos para médicos e depoimentos.
Segundo informações da assessoria da Intendência Geral do Sistema Penitenciário, 40 homens do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) se encontra no sistema para qualquer emergência. Ainda ontem, o secretário de Defesa Social, Paulo Rubim, disse que não iria aceitar pressões dos agentes e que em caso de necessidade a Polícia Militar reforçaria a segurança dos presídios. O secretário solicitou, ainda, à Procuradoria Geral do Estado que ingresse com uma ação pedindo a ilegalidade da greve doa agentes.
A medida foi considerada contraproducente pelos agentes, que afirmam que o trabalho nas unidades prisionais é para ser cumprido pelos agentes, uma vez que existe carência no efetivo da Polícia Militar. “Não queremos o confronto com a Polícia Militar. Os agentes querem, apenas, que as pautas sejam atendidas. Uma pena que o governador continue colocando categoria contra categoria”, disse o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Jarbas de Souza.