Em tempos de disparada das commodities internacionais e inflação acima do centro da meta, até o Banco Central (BC) se vê obrigado a aumentar preços. Responsável pela venda das moedas comemorativas produzidas no Brasil, o BC anunciou que a maioria delas terá preço mais alto a partir de hoje.
O aumento varia conforme o caso. A moeda comemorativa dos 500 anos do Brasil produzida em ouro, por exemplo, subiu 7,60% e passa a custar R$ 580. As que lembram o centenário de nascimento de Juscelino Kubitschek e Carlos Drummond de Andrade, ambas em ouro, tiveram reajuste de 6,16%, para R$ 654. Já a moeda de prata que homenageia os 100 anos de nascimento do compositor de Aquarela do Brasil, Ary Barroso, aumentou 11,1%, para R$ 100.
A nova tabela foi anunciada menos de 24 horas depois de o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciar a elevação do juro básico (Selic) para conter a pressão inflacionária. No mercado financeiro, analistas reclamam que esse aperto monetário tem o poder de desacelerar a economia brasileira, mas não tem influência nenhuma nos preços internacionais de commodities como alimentos e metais.
No comunicado, o BC diz que a decisão é necessária porque a matéria-prima das moedas está mais cara. "As alterações são decorrentes da elevação no preço dos metais, com cotação no mercado internacional", informa o BC. O mesmo argumento é usado pela indústria alimentícia, que tem sofrido com a remarcação de preços de produtos como o milho, soja e trigo.
Parte das commodities metálicas, como minério de ferro,- têm subido diante da demanda aquecida de países emergentes, como a China, Índia e o próprio Brasil. Já os metais nobres, como ouro a prata, têm subido como movimento contrário à perda de valor do dólar. Investidores têm optado por manter posições em ouro.
Fonte:Estadão