Destruidora de sonhos

Rio – Mais de 140 processos indenizatórios na Justiça, dois indiciamentos na Delegacia do Consumidor e centenas de sonhos destruídos. Esse é o rastro deixado por uma falsa organizadora de festas que há pelo menos nove anos atua no Rio de Janeiro.

Rita Cristiane Manhambusco oferecia, em suas propagandas, bufê, decoração, som, filmagem e até local para realização de festas e casamentos. Uma vez pagos, os serviços não são feitos ou não são entregues da forma combinada. Flores murchas, salgadinhos sem recheio, DJ tocando o mesmo CD a noite inteira, bebida de péssima qualidade e em quantidade bem inferior ao número de convidados são algumas lembranças de quem teve a infelicidade de confiar sua festa nas mãos da falsária.

A jornalista Juliana Rosa nunca vai esquecer seu 27º aniversário. Em 2005, alugou a casa de festas de Rita, no Méier, para um churrasco para 150 pessoas. “Paguei R$ 1.300. A comida não dava nem para um terço das pessoas, a cerveja era da pior marca, o bolo era intragável, as fotos são pavorosas e nunca vi a filmagem. Para completar, a ‘171’ alugou o espaço para outra festa no mesmo dia. No meio do churrasco, tive que expulsar meus convidados. Foi a maior vergonha da minha vida e um dia que quero esquecer”, lamenta.

INDENIZAÇÕES IMPOSTAS NÃO SÃO PAGAS

Iludidos com a propaganda de bons serviços por preço baixo, muitas mães, casais e aniversariantes viram seu grande dia se transformar em pesadelo. Juliana e outras pessoas lesadas colocaram Rita Manhambusco na Justiça, mas não conseguiram reaver o dinheiro.

A estelionatária já perdeu dezenas de processos, mas não devolveu um centavo do que recebeu. Sem comparecer às audiências, não tendo nada em seu nome e com contas bancárias sempre no vermelho, ela simplesmente não paga as indenizações determinadas nas sentenças, que variam de R$ 2 mil a R$ 17 mil, dependendo dos danos morais e do valor do contrato.

Apesar dos vários golpes denunciados, Rita continua agindo livremente. Sua casa de festas já funcionou em pelo menos quatro endereços diferentes. Além do Méier, já atendeu em Copacabana, Lins e no Rocha, sempre em empresas com nomes diferentes. “Estive na casa de festas e vi os funcionários trabalhando. Cheguei até a experimentar os salgadinhos, que pareciam de ótima qualidade. Fechei um pacote e passei o meu casamento na delegacia. Ela não apareceu, mandou dois garçons, uma fritadeira e serviu refresco”, diz, desolada, a dona-de-casa Cristina Pinto da Silva, 30.

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