Funcionários do IBGE entram em greve

Os funcionários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizarão greve de 24 horas amanhã, 19, para alertar o governo federal sobre a necessidade de receber representantes da categoria em tempo de fechar um acordo que permita a inclusão do reajuste salarial dos empregados na medida provisória que autorizará aumentos para vários setores do serviço público. A previsão é que a MP seja editada até o final deste mês.

De acordo com a Associação dos Servidores do IBGE (Assibge), o movimento deverá ter a adesão da maioria dos cerca de 7,5 mil funcionários da ativa (aí incluídos 2,5 mil contratados temporários pelo órgão), espalhados por todo o país. Isso, segundo a entidade, vai paralisar todas as coleta e processamentos de dados feitos pelos técnicos do IBGE.

Os funcionários do órgão querem que o governo feche, por intermédio do Ministério do Planejamento, um acordo sobre a "readequação" da carreira da categoria, aproximando os salários do pessoal dos níveis superior e médio. Eles alegam que os vencimentos começaram a apresentar distorções a partir de 1o setembro de 2006, quando passaram a ter quadro próprio.

Segundo Marlene Moreira, da executiva nacional da Assibge, há dois anos que a categoria não recebe reajuste. Por isso,acrescentou ela, vem tentando a negociação desde o início de 2007, mas até agora não obteve êxito."Quando passamos a ter carreira própria, houve um reenquadramento que criou uma defasagem muito grande entre os níveis superior e intermediário, gerando distorções. Deste então, não tivemos nem reajuste e nem reposição de salários", afirmou Marlene.

A sindicalista não soube precisar, no entanto, o aumento pretendido. "O reajuste não é linear, mas contempla com percentual maior o pessoal de nível médio, embora haja readequação também para o nível superior. Queremos ainda paridade entre ativos e aposentados, a realização de concurso público e a melhoria salarial dos contratados temporariamente, que hoje exercem a mesma função, mas com salários menores".

Marlene adiantou à Agência Brasil que, caso não sejam recebidos pelo governo ainda em tempo de ter suas pretensões salariais incluídas na MP, os funcionários do IBGE podem decidir por uma paralisação por tempo indeterminado.

"Se as negociações não forem reabertas como quer a categoria, vamos realizar assembléias do Oiapoque ao Chuí para decidir por uma paralisação por tempo indeterminado", disse ela. "Com isso, deixarão de ser coletados índices importantes como o INPC e o IPCA" – este último que serve de parâmetro para o balizamento da inflação dentro do Plano de Metas fixado pelo governo federal.

Fonte: Agência Brasil

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