Superintendente da PF diz que folha da ALE continua sendo manipulada

De acordo com o superintendente da Polícia Federal em Alagoas, José Pinto de Luna, alguns servidores do Legislativo – que são de confiança dos deputados estaduais afastados – ainda continuam tendo acesso à folha salarial da Assembléia Legislativa do Estado de Alagoas e manipulando-a.

Pinto de Luna citou ainda, nominalmente, o assessor da presidência Antônio de Pádua, que é tido como um dos ‘homens de confiança’ do deputado estadual Antônio Albuquerque (sem partido). As declarações foram feitas durante a sessão pública realizada na manhã desta sexta-feira, 20, na ALE.

Pinto de Luna disse, ainda, que os funcionários podem ser presos por continuarem insistindo no crime. Apesar de serem apenas servidores, Luna não falou sobre a possível interferência dos parlamentares afastados nas ações destas pessoas do quadro funcional da Casa de Tavares Bastos. Ao falar de Antônio de Pádua, Luna disse ainda que a Assembléia Legislativa descumpre ordem judicial ao mantê-lo na assessoria.

Antônio do Pádua é funcionário do Tribunal de Contas e se encontra na Assembléia Legislativa por anuência – conforme Pinto de Luna. “Com o fim da anuência, ele deveria ter retornado e isto não aconteceu. Pessoas como estas são inexpressivas diante do poder constituído e elas precisam sentir isto. Cabe à Mesa Diretora afastar estas pessoas. Isto me assusta enquanto cidadão”, salientou o superintendente.

“Há um menosprezo pelo erário. A Assembléia Legislativa acumula multas por conta de decisões judiciais não cumpridas, inclusive relativo ao aumento dos servidores. Isto é um absurdo, pois quem é que vai pagar por isto”, colocou o superintendente da Polícia Federal, que concedeu entrevista à imprensa em uma das dependências da Assembléia Legislativa, enquanto esperava o início da sessão pública que debate a segurança pública do Estado de Alagoas.

“Quem errou, vai pagar”, afirmou ainda Pinto de Luna, ao relembrar da Operação Taturana, que indiciou 14 deputados estaduais como integrantes de uma quadrilha que teria desviado mais de R$ 280 milhões do Poder Legislativo. Nove destes deputados foram afastados do parlamento por decisão judicial. José Pinto de Luna disse que – mesmo com a operação – “não tem constrangimento nenhum em participar de um evento da Assembléia”.

“Inclusive desmarquei compromissos para poder estar aqui. É um momento novo que estamos vivendo em Alagoas. A iniciativa do parlamento foi muito feliz. A PF tem uma relação institucional com os poderes. Eu pessoalmente não tenho desavença com ninguém, nem nada de pessoal. O que a Polícia Federal investigou – e possui provas disto – foi a ação de uma quadrilha criminosa que agia dentro desta Casa”, disse Pinto de Luna.

“Não vamos recuar um milímetro nas investigações, quem teve de ser indiciado foi. Agora, o inquérito entra em uma fase de análise de laudos e se aproxima de sua conclusão”, ressaltou ainda. “Agora, mesmo depois da Operação Taturana ainda há fatos que precisam ser mais bem explicados como, por exemplo, o pagamento de verbas de gabinete aos deputados estaduais afastados. Há pessoas, neste parlamento, que não foram afastadas de fato e isto continua preocupando a Polícia Federal. As pessoas precisam ser afastadas de fato e falo de alguns funcionários. Se eles querem prisão, terão prisões”, finalizou Pinto de Luna.

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