Há pouco mais de uma semana para o prazo final para realização das convenções partidárias e apresentação de candidaturas, o quadro para as eleições municipais na capital alagoana ainda apresenta algumas indefinições quanto aos possíveis candidatos ao cargo de prefeito de Maceió.
O mais provável – conforme as articulações políticas em andamento – é que a disputa política se polarize entre o grupo de 12 partidos políticos que se concentram ao redor do prefeito Cícero Almeida (PP) e o bloco “palaciano”, que conta com apoio do governador do Estado de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB). Uma outra candidatura expressiva é a do deputado estadual Judson Cabral, pelo PT.
Algumas convenções, como é o caso dos tucanos, já estão agendadas. No entanto, algumas datas ainda podem sofrer alterações, com possíveis acordos de última hora. Do lado do prefeito de Maceió, que apareceu em recentes pesquisas como o favorito nas urnas, foram mais de cinco meses de discussões para se chegar a um consenso entre 11 partidos. Cícero Almeida acredita que sua chapa – novamente com Lourdinha Lyra (PR) – como candidata à vice-prefeitura já esteja definida. O prefeito foi quem mais enfrentou turbulências neste processo. O vice de Almeida chegou a ser negociado com o Democratas e com o PTB, dois dos mais fortes aliados do prefeito. No entanto, conforme o próprio Almeida, o martelo foi batido e Lourdinha Lyra – filha do empresário e padrinho político de Almeida, João Lyra (PTB) – continua. “Ela contribuiu muito para administração municipal e seria uma injustiça trocar o nome”, disse o prefeito.
O PTB do senador Fernando Collor de Mello já entrou na administração municipal, abocanhando a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) e selando o acordo. Almeida parte para a reeleição contra candidatos que devem possuir como ponto em comum a critica a atuação da atual gestão no segmento das políticas sociais. Os adversários – que devem definir os rumos nesta semana – já afinam o discurso e apontam as falhas deixadas pela atual gestão de Almeida. Estão no alvo as pastas da Educação, Saúde e Assistência Social. Esta última por conta da desabilitação sofrida pelo Ministério do Desenvolvimento Social, que retirou da secretaria o papel de gestora de recursos do Governo Federal.
Entre estes adversários, está uma chapa de “centro”, formada pelos tucanos, juntamente com o PPS, PSB e PSC. O candidato palaciano deve ser conhecido até o dia 30 deste mês. No páreo estão Régis Cavalcante (PPS), Solange Jurema (PSDB) e Givaldo Carimbão (PSB). Segundo informações de bastidores, o nome mais provável é o de Cavalcante, que já deixou a Secretaria Estadual do Trabalho, para se preparar para a campanha eleitoral. O grupo “palaciano” ainda não sabe se contará com o apoio do PMDB do senador Renan Calheiros. Os peemedebistas buscam uma coligação que permita eleger pelo menos um vereador. Por esta razão, ainda discutem – internamente – a matemática eleitoral na capital.
“Eu sou o candidato mais bem preparado para aglutinar as forças da oposição. Maceió está sem rumo, entregue à política pequena, sem um planejamento estratégico e conseqüentemente os seus moradores perdem qualidade de vida. Para mudar de verdade é preciso priorizar fundamentalmente a educação. Só poderemos alcançar um patamar de uma cidade próspera se investirmos na qualificação dos nossos jovens para prepará-los para os novos desafios da sociedade do conhecimento. A questão principal é que os partidos que formam a base do governo estadual marcharão unificados, o PPS humildemente apresenta o meu nome, mas não seremos empecilho para a construção da unidade em torno dessa meta ”, destaca Régis Cavalcante.
Quanto ao PMDB, inicialmente, o partido de Renan Calheiros apontava para uma aliança com o PT. Em troca, os peemedebistas apoiariam a já pré-definida candidatura a prefeito do deputado estadual Judson Cabral (PT). Porém, a aliança já não mais vai acontecer. Sem os tradicionais aliados – PCdoB (que apóia Almeida) e PSB (que está no bloco do Palácio do Governo) – o Partido dos Trabalhadores deve optar por uma candidatura pura, tendo como cabeça o parlamentar Judson Cabral. Sendo assim, dois possíveis adversários de Almeida já estão bem encaminhados: Régis Cavalcante e Judson Cabral.
O PDT também já apontou uma alternativa. O partido dos ex-governadores Ronaldo Lessa e Luís Abílio não aceitaram coligar com Cícero Almeida, nem conseguiram – como era desejo de Lessa – se aproximar do PSOL de Heloísa Helena. Desta forma, os “brizolistas” se reuniram – ao menos na capital – em torno da candidatura de Marcos Vasconcelos. O PDT apresenta candidato próprio por – conforme assessoria de imprensa – “apostar em uma candidatura e um discurso mais voltado ao ser humano”. Além destes candidatos, que devem ocupar a maior parte do guia eleitoral, deve ser formada uma frente de esquerda encabeçada pelo PSOL. No entanto, já é quase certo que a ex-senadora Heloísa Helena não sai candidata à Prefeitura Municipal. Em entrevista, Ricardo Barbosa – um outro possível nome – também se coloca como candidato a vereador.
A postura do PSOL tem desagradado ao PSTU e ao PCB, que seriam possíveis aliados, e pode rachar a frente. O PSTU possui como possível nome Manoel de Assis. Conforme os líderes do PSTU, o partido – independente do PSOL – deve apostar em uma frente radical, que vá de encontro às propostas do PT, PSDB e PMDB, dentre outros considerados pelos esquerdistas como “candidatos da burguesia”, tanto local, quanto nacionalmente.
Conforme resolução do Tribunal Superior Eleitoral, os partidos devem compor e apresentar suas coligações até o próximo dia 30 de julho. A partir de então os registros de candidaturas serão analisados pela Justiça. No dia 16 de agosto, os juízes devem se pronunciar, inclusive, impugnando os registros considerados ilegais, que a priori, são os de candidatos já condenados pela Justiça. No dia 19 de agosto inicia o horário político gratuito em rádio e televisão. No dia cinco de outubro, os maceioenses irão às urnas escolher entre os postulantes ao cargo de prefeito da cidade de Maceió.