Brasília – Fernando Alcântara, companheiro do sargento do Exército Laci de Araújo, desfilou esta tarde na 16ª Parada Gay de Brasília, na Esplanada dos Ministérios. Acusado de deserção, Laci ele está preso desde o dia 4 de junho, depois de ter assumido publicamente envolvimento homossexual com Alcântara. O parceiro disse aos participantes que não esperava todo esse apoio e que agora "vai às últimas consequências para provar a inocência de Laci".
Alcântara disse que sua baixa, concedida nesta semana pelo Exército, trouxe um misto de liberdade e angústia: "Liberdade por poder regressar ao meio civil, saindo daquele sistema opressor, e angústia porque meu companheiro está lá dentro e está passando por um problema sério, neuropsíquico."
Todos os organizadores do evento e voluntários da parada vestiram camisetas de camuflagem imitando as do Exército. Como pediu o movimento LGBT, algumas pessoas participam do evento com roupa de camuflagem para protestar contra a prisão do sargento. Os organizadores do evento esperavam reunir cerca de 30 mil pessoas. No entanto, de acordo com avaliação feita pela Polícia Militar, às 16h45, aproximadamente 6 mil pessoas estavam no Eixão.
O Movimento LGBT de Brasília reivindica também que o governo do Distrito Federal acelere o processo de criação do Conselho de Cidadania local. Segundo Jandira Queiroz, do Coletivo de Mulheres Lésbicas e Bissexuais, essa é uma promessa feita no ano passado, que ainda não foi cumprida pelo governador José Roberto Arruda.
O movimento pede ainda a aprovação do Projeto de Lei 122, que se encontra na Comissão de Assuntos Sociais do Senado. Já aprovada pela Câmara dos Deputados, a proposta estabelece penas para práticas homofóbicas.
Participantes da manifestação criticaram integrantes da Assembléia de Deus que, na semana passada, fizeram um movimento no Congresso Nacional pela rejeição do Projeto de Lei 122.
Agência Brasil