Invasores tentam conter desocupação com medida judicial

Sionelly Leite/Alagoas24horas

Thales Azevedo, advogado de defesa dos invasores

A menos de seis horas de expirar o prazo concedido pela Justiça para a desocupação dos residenciais Janaína e Iracema, do Programa de Arrendamento Residencial (PAR), localizado no Conjunto José Tenório, as 480 famílias que ocuparam os imóveis na quarta-feira, 16, tentam o embargo da desocupação determinada pelo Tribunal de Justiça de Alagoas.

A medida judicial deve garantir pelo menos mais dez dias às famílias, que negociam junto à Caixa Econômica Federal a permanência no local. Segundo o advogado dos invasores, Tales Azevedo, caso tenha o pedido de embargo negado, as famílias irão recorrer ao Tribunal Regional Federal da 5ª região, na Vara de Recursos Especiais.

Nas alegações para o pedido de embargo da ação de despejo, Azevedo justifica falha na execução da audiência que determinou a desocupação. Segundo ele, todos os invasores deveriam ser notificados nominalmente e não apenas alguns, como ocorreu.

Os invasores alegam que estão, em sua maioria, cadastrados há pelo menos quatro anos e acusam a Caixa Econômica de manipular as inscrições. “Não entendemos como uma pessoa está inscrita há quatro anos e outra com inscrição mais recente consegue receber o apartamento primeiro”, disse um dos invasores, que não quis ter a identidade revelada.

Em contato com a reportagem do Alagoas24horas, os invasores afirmaram que não querem confronto com a Polícia Militar, mas que irão resistir à desocupação. O cumprimento da ordem de despejo deve ocorrer às 16h desta segunda-feira.