Uma reunião realizada na manhã desta sexta-feira, dia 8, pode provocar uma reviravolta nas negociações entre a categoria, em greve há 29 dias, e o Governo do Estado. A reunião, envolvendo servidores, sindicato e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas, Omar Coelho, foi utilizada para formalizar as denúncias de improbidade administrativa contra a atual diretoria do órgão.
Várias denúncias foram repassadas à OAB, que já haviam sido encaminhadas, anteriormente, ao superintendente da Polícia Federal em Alagoas, delegado José Pinto de Luna. De acordo com um dos diretores do sindicato, Antonio Carlos, as denúncias não teriam surpreendido Pinto de Luna, que afirmou que a maioria delas já estaria sendo investigada pela PF. “As forças federais vão moralizar o Detran, já que o governo do Estado não está tendo coragem para fazê-lo”, avaliou o sindcalista.
Entre a denúncias apresentadas, a existência de uma empresa – contratada sem licitação – que lucraria milhões utilizando a estrutura do órgão e sem repassar nada à autarquia alagoana.
Os servidores ainda voltaram a questionar a ação do Bope – que segundo eles teria sido comandada por uma pessoa (capitão PM Dílson Dantas) que já teve ingerência na Coordenação de Habilitação do Detran. Outro ponto questionado pelos sindicalistas diz respeito à decretação da ilegalidade da greve pela juíza Esther Manso. Segundo os grevistas, a magistrada deveria ter averbado suspeição, já que é irmã do deputado afastado Cícero Amélio (PMN), apontado como detentor de grande ingerência política no órgão.
Os sindicalistas disseram, ainda, que abrem mão do reajuste salarial – a que dizem ter direito – desde que o governo do Estado se comprometa e moralizar o órgão, que passa pelo afastamento da atual diretoria.
Na próxima semana, os servidores se reúnem com representantes da OAB, Polícia Federal e deputados da chamada bancada independente, no Detran, para apresentar as condições de trabalho no local.