O senador Fernando Collor (PTB-AL) sustentou, em discurso nesta terça-feira (26), que os historiadores não podem negar que ele adotou "medidas econômicas corajosas" – enfrentando uma oposição que "chegava às raias do absurdo" – as quais iniciaram a abertura da economia brasileira. Afirmou que muito dos avanços tecnológicos e econômicos de hoje devem-se às medidas que adotou, como a redução de impostos para importação de computadores e o início da telefonia celular no país.
"Com serenidade e amadurecido pela passagem do tempo", o ex-presidente da República (1990-1992) citou até mesmo o economista Edmar Bacha, um dos pais do Plano Real, para mostrar o quanto foram importantes as decisões econômicas que adotou. Ele leu uma frase de artigo de Bacha onde este pondera que a reforma monetária do Plano Real só foi possível "graças ao grande volume de reservas internacionais acumuladas desde 1992, (…) suficiente para prover a nova moeda de uma forte linha de defesa".
Fernando Collor disse que não pretendia fazer um inventário das medidas que tomou, mas lembrou a redução de impostos para importação, especialmente para máquinas e computadores, "tão injustamente combatida na ocasião". Para ele, essa medida "teve o mérito incontestável de minar verdadeiros feudos econômicos e reservas de mercado, que tanto atrasavam o desenvolvimento tecnológico em setores produtivos". O senador opinou que essas medidas "retiraram o Brasil da letargia econômica". Mencionou ainda que foi sob seu governo que o Brasil renegociou sua dívida externa, que tantos problemas havia causado nos anos anteriores.
Ainda conforme o senador, seu programa de desestatização levava em conta que a "crescente mundialização" da economia exigia redução do tamanho da máquina pública e, por isso, enfrentou "a fúria corporativista e os interesses contrariados". Ele lembrou ainda que várias normas legais implantadas à época ajudaram a consolidar uma "efetiva economia de mercado no país", como a legislação que instituiu critérios para a defesa da concorrência, "essencial para livrar o mercado de cartéis e outras distorções".
O ex-presidente da República disse que relembrava as medidas de seu governo para evitar o risco de que a história seja "reescrita de forma seletiva, como o fizeram alguns personagens e líderes políticos" que, ao chegarem ao poder, mudaram a versão de fatos, chegando ao ponto de esquecer "fatos incômodos protagonizados por aliados e antecessores".
– Venci resistências. Tenho consciência de que contribuí para que a Nação vislumbrasse o futuro e se esforçasse por alcançá-lo. É um legado que os historiadores não podem negar, sob pena de faltar ao compromisso com o processo histórico – disse.
Fernando Collor leu ainda um trecho do livro A Lanterna na Popa, de Roberto Campos, onde o ex-ministro, economista e ex-senador afirma que o "Projeto de Reconstrução Nacional" do então presidente era "uma das melhores análises" que conhecia, com propostas de reformas constitucionais e de mudanças de infra-estrutura econômicas "corretas e realistas".
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