A falta de viaturas no Instituto Médico Legal para remoção de corpos tem causado grande revolta em parentes de vítimas de crimes no interior do Estado. Por falta de transporte, o corpo de um homem ficou exposto na margem de um rio no município de Branquinha – distante 65 quilômetros de Maceió – por mais de 24 horas.
Ednaldo Justino dos Santos, 48 anos, foi encontrado morto nesta quarta-feira, 27, no Rio Mundaú, na zona rural do município, e teve seu corpo removido para a margem por uma equipe do Corpo de Bombeiros Militar – ainda na manhã de ontem. O delegado da cidade, Emanuel David, esteve no local, realizou os primeiros levantamentos sobre o caso e ao solicitar a remoção pelo IML obteve a informação de que as viaturas estavam quebradas.
O corpo de Ednaldo ficou exposto por mais de 24 horas na margem do rio, onde sofreu mutilações por animais da região. O descaso do poder público revoltou os familiares da vítima – que residia em União dos Palmares – que tiveram que contratar uma empresa funerária para remover o corpo até o IML de Maceió, onde será necropsiado.
Os primeiros levantamentos da polícia apontam que Ednaldo teve morte por afogamento. Segundo um irmão da vítima, Marivan Carlos dos Santos, Ednaldo era catador de latas e sofria de epilepsia, o que pode ter sido a causa da morte.
O corpo do catador deu entrada no final da manhã de hoje no IML de Maceió. Segundo o diretor do instituto, Kleber Santana, apenas dois veículos fazem atualmente a remoção de corpos em todo o Estado.
Kleber informou ainda que ontem houve um problema com o ‘rabecão’ do IML de Maceió, depois de ter atolado durante a remoção de um corpo no município de Ibateguara. “Tivemos que encaminhar uma viatura para Arapiraca depois que o carro do IML do município quebrou. Estamos com uma em Maceió e outra em Arapiraca. A demanda é grande, mas estamos aguardando a chegada de mais dois veículos, de maior potência, que foram licitados e com isso resolver o problema no Estado”, destacou.