Rota do pó

O Brasil aparece como uma das principais rotas de tráfico de cocaína da América para a Europa, em relatório sobre drogas divulgado nesta terça-feira pela Casa Branca.

O relatório anual avalia a colaboração dos diferentes países na luta contra o tráfico de drogas. O documento serve para determinar ajudas ou sanções às nações que não cooperam.

O texto, assinado pelo presidente George W. Bush, afirma que "os países do oeste da África surgiram como importantes pontos de passagem da cocaína dos Andes traficada através da Venezuela e do Brasil e destinada a mercados europeus".

Esse tráfico, segue o documento, está minando muitas das já frágeis instituições na região. Traficantes de narcóticos focaram suas atividades ilegais em Guiné-Bissau, mas recentemente estenderam suas operações ao sul de Guiné.

O relatório afirma que o tráfico de drogas na América Central é crescente e "apresenta sérios desafios à limitada capacidade regional para combater tanto o comércio de drogas quanto o crime organizado". Segundo o documento, Washington está preocupada com a crescente presença de organizações em fuga de regimes que combatem melhor o tráfico, como Colômbia e México.

O texto diz ainda que Bolívia, Mianmar e Venezuela falharam notavelmente nos últimos 12 meses em cumprir com suas obrigações sob os acordos internacionais contra drogas. Esse é o quarto ano seguido em que a Venezuela é apontada como um dos países que menos cooperam no combate ao tráfico.

O governo do Afeganistão, maior produtor de ópio do mundo, é elogiado por "algum progresso" no combate às drogas. "No entanto", afirma o documento, "o tráfico de drogas continua uma séria ameaça ao futuro do Afeganistão, contribuindo para a ampla corrupção pública, danificando o crescimento econômico legítimo e incitando a violência e a insurgência".

O texto define o Canadá como um país principalmente consumidor de drogas, produtor de maconha potente e "fonte primeira do MDMA (ecstasy) disponível nos EUA".

A Casa Branca elogia a Nigéria, apontada como uma das principais rotas de drogas destinadas aos EUA, por seus progressos no combate às drogas e na cooperação com a ONU em casos de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico. Porém, o documento critica as "práticas e procedimentos de extradição" nigerianos.

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