Mais um período de campanha política chega ao final, colocando por terra alguns resultados que eram tidos como certos pelas várias legendas, cientistas políticos e por gente tradicionalmente entendida no assunto. Políticos que tinham ‘mandato garantido’ pelas pesquisas e especulações agora amargam resultados nada satisfatórios.
Para o professor da Ufal, publicitário e marketeiro Luiz Dantas Vale, a eleição deste ano serviu para demonstrar a necessidade de uma reforma urgente na Legislação Eleitoral e a criação de um selo de qualidade para os institutos de pesquisa, já que eles tem se proliferado pelas cidades e algumas dessas empresas usam critérios nada confiáveis em suas aferições.
"Defendo uma nova legislação eleitoral na área da comunicação, que permita um conhecimento maior pelo eleitor dos candidatos. Essa eleição foi absurdamente restritiva e nivelou por baixo as liberdades democráticas. Daí que se entende porquê os cientistas políticos alagoanos erraram feio em seus prognósticos, alguns, inclusive, afirmando que haveria segundo turno em Maceió e um outro que Cícero Almeida seria o campeão de votos do Brasil; nenhuma coisa, nem outra", avalia.
Mais debates
Um dos pontos que o professor defende é uma imediata "chamada à responsabilidade dos meios de comunicação, especialmente os de massa (rádio e TV), para fazer valer a concessão pública a serviço do público promovendo a realização de mais debates" diz ele que não se conforma com a desinformação generalizada e, especialmente, com os candidatos de produtora, quando diz "quem sabe faz ao vivo" arremata o publicitário.
O marqueteiro também se diz surpreendido com a boataria "chegamos a um ponto onde, na comunicação eleitoral, o que está valendo é apenas a contra informação, o boato, a meia-verdade, a manipulação dos fatos e o alinhamento editorial de parte dos meios impressos, a este ou aquele candidato, por razões nem sempre confessáveis" afirma
Equipe vencedora
Considerado o introdutor do marketing político em Alagoas, a primeira campanha que ele assinou, no Estado, aconteceu em 1982, e no pleito deste ano ele esteve ausente, apenas, da disputa majoritária na Capital. "O prefeito Cícero Almeida, com seus autos índices de aceitação, sem querer acabou desempregando os marketeiros na capital, afinal, se a eleição estivesse mais disputada os profissionais teriam mais espaço para trabalhar na sua e nas outras candidaturas", conclui.
A falta de espaço na capital abriu, ao que parece, mercado no interior para os marketeiros. E mesmo com as amplas restrições da legislação para os candidatos, a equipe de Luiz Dantas esteve à frente de duas campanhas para prefeito no interior, e ainda arrumou tempo para atender dois candidatos a vereador de Maceió, todos com resultados amplamente satisfatórios e vitoriosos.
2010 já
A eleição nem acabou e ao que parece o prefeito Cícero Almeida, de quem Dantas foi secretário de Comunicação no início da sua atual gestão, é o personagem mais importante no momento, pois, "os passos do prefeito vão ser observados 24 horas por dia já que ele tem, a despeito de dizer ao contrário, um dos nomes mais bem avaliados para concorrer ao governo do Estado e fica nesse "não quero-querendo". “E ao mesmo tempo, muita gente gostaria de ver a Lourdinha Lyra cuidando de Maceió" diz ele.
Outro nome lembrado pelo publicitário é o do prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa (PMDB) que, segundo Luiz Dantas, "já está emitindo sinais bem audíveis do que pretende e mostrando que sua administração em Arapiraca apresenta resultados melhores, em alguns setores, comparativamente a Maceió”. “Some-se a isso uma votação percentual superior a Almeida, experiência internacional e um padrinho de respeito: o senador Renan Calheiros", analisa o professor.