Por meio de seu advogado, Fernando Falcão, o deputado estadual Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT), quebrou o silêncio e falou sobre o terceiro pedido feito pela Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas (OAB/AL) ao Ministério Público, cobrando o afastamento dele e dos demais deputados estaduais indiciados na Operação Taturana: Marcos Barbosa, Temóteo Correia e Cláudia Brandão.
“O pedido da OAB é equivocado, não é válido. A situação de Paulão é diferente da dos outros”, afirmou o advogado em entrevista à reportagem do Alagoas24horas.
“O Dr. Omar Coêlho, presidente da OAB, alega que não se pode dar tratamento diferenciado aos envolvidos, mas ele não atentou que o motivo do afastamento dos outros deputados não foi o indiciamento na operação, mas a caracterização de que todos tinham relação com a Mesa Diretora da Assembléia Legislativa. Eles foram afastados porque a permanência deles nos cargos poderia criar obstáculos para o andamento do inquérito”, frisou Falcão.
O advogado salientou que durante todo o tempo em que é deputado estadual, Paulão nunca participou de nenhuma Mesa Diretora e jamais poderia causar empecilhos a investigação policial, ao contrário. “O próprio procurador de Justiça, Coaracy Fonseca, já disse em entrevistas que foram as denúncias de Paulão o estopim da Operação Taturana”.
Fernando Falcão também questionou a omissão de um pedido de afastamento, por parte da OAB/AL, do prefeito Cícero Almeida, também indiciado na Operação Taturana. “Se a razão para a OAB pedir o afastamento de Paulão do cargo é o indiciamento na Taturana, porque não foi pedido também o afastamento do prefeito? Essa omissão revela interesses políticos inconfessáveis”, finalizou.
Resposta do MP
Em resposta ao ofício enviado pela OAB/AL nesta quinta-feira, 9, o procurador geral de Justiça, Coaracy Fonseca, disse que em breve a sociedade teria conhecimento do posicionamento do Ministério Público de Alagoas com relação à situação dos quatro últimos deputados indiciados pela Taturana.
Segundo o chefe do MP alagoano, "independente da formalização de qualquer pedido, encaminhado por qualquer que seja a entidade obstinada em garantir a devida responsabilização de todos os que comprovadamente infringiram a lei, o Ministério Público está agindo sem alarde. Não estamos trabalhando com dois pesos e duas medidas, mas com toda a cautela necessária, analisando criteriosamente cada caso, de acordo com a doutrina e a jurisprudência aplicáveis à matéria”, afirmou.