Corinthians sem ataque empata com Ramalhão

Um time desfalcado do Corinthians empatou em 2 a 2 neste sábado, com o Santo André, no Pacaembu. Herrera foi a ausência mais sentida e Dentinho assumiu sua responsabilidade. Com um atacante que sofria para justamente fazer a função de atacante, mas estava iluminado – além de bem posicionado -, a Fiel bateu o recorde de publico no ano (35.676 pagantes) e comemorou. Na maior parte do jogo, entretanto, viu um enorme buraco no ataque corintiano e seis homens de meio-de-campo embolando o setor.

O Pacaembu lotado e acostumado a ver um Timão vencedor contava com o habitual alvinegro, rompedor e dominante dentro de sua casa. Contudo, o Corintihans que entrou em campo neste sábado era um time remendado. O prático e simples Mano Menezes tinha desfalques em todos os setores: Chicão estava fora da zaga, Elias fora do meio-de-campo e Herrera fora do ataque. Do meio para frente, todos os jogadores corintianos movimentavam-se incessantemente e não se acertavam porque não havia um sequer que fosse referência no ataque. O Timão era um time com meias de mais e atacantes de menos.

Mesmo assim, o técnico optou por uma formação tática semelhante àquela que até então fazia a campanha líder da Série B. Existia um problema, porém. Fábio Ferreira, Eduardo Ramos e Lulinha, os respectivos substitutos, aplicavam características diferentes ao time. O Corinthians não se encaixou. Douglas, André Santos e Morais, peças que conferem a fundamental qualidade técnica da equipe não estavam no mesmo ritmo dos suplentes, ou vice-versa.

A Dentinho, isolado entre os zagueiros azuis, não faltava a vontade de Herrera, mas o atacante não dispunha da mesma vitalidade, força física e disposição argentinas para bater de frente com a defesa adversária. Lulinha? Nulo. A obediência tática do jogador é louvável e sua aplicação em recompor o lado direito do alvinegro é incessante, entretanto, Lulinha tem uma capacidade de desaparecer em campo que é só dele. Dá a impressão de que, à medida em que os minutos passam, Lulinha diminui dentro de campo e se apequena, cada vez mais franzino e cada vez mais inexperiente.

Havia um Santo André do outro lado com uma qualidade que já não impressiona tanto, posto que Sérgio Soares está no comando da equipe. Com um volante – Fernando – fazendo a função de terceiro zagueiro, Soares minou o ataque corintiano. E dois meias/volantes – Williams e Jefferson – não só ofuscavam os lampejos do rechonchudo Marcelinho Carioca, com surpreendiam a defesa desguarnecida do Timão. Foi assim, num repente, que Williams apareceu sozinho no meio da área alvinegra para fazer 1 a 0, em jogada de Márcio Mixirica nas costas de André Santos.

A correção que Mano Menezes fez no intervalo era óbvia. Saiu Lulinha e entrou Otacílio Neto. Mesmo assim, o Corinthians continuou instável. Jefferson e Williams faziam a melhor dupla da tarde e para o Santo André receber uma nota 10 só faltava abusar menos da violência.

Ah… Havia também um recorde em questão. O goleiro Felipe buscava superar os 1.986 minutos que Carlos ficou sem sofrer gols debaixo das traves do Pacaembu. Como demorou apenas sete minutos para Williams abrir o placar e pôr fim ao assunto (Felipe alcançou 808 minutos), o camisa 1 do Timão falhou. Em cobrança de escanteio, saiu mal do gol e deixou as redes livres para a cabeçada de Osny ampliar o placar.

O teinador corintiano colocou em campo mais um centroavante. Agora já eram dois: Bebeto e Otacílio. Como se, ao contrário do início do jogo, sobrassem jogadores no setor, Mano sacou Otacílio e pôs Wellington Saci em seu lugar. O atacante atuou por apenas 23 minutos. E justamente no momento em que a Fiel apupava o técnico com um tímido coro de "burro", finalmente o Timão acertou o pé com Dentinho. Em cruzamento de Fábio Ferreira, Cristian ajeitou e ele diminuiu a diferença. O Corinthians aplicou uma pressão muito grande nos minutos finais e o goleiro Neneca se consagrava com defesas importantes. Mas Dentinho, que sofreu isolado no ataque e quase não teve chances na partida, se esticou para completar um chute de Douglas e empatar, heroicamente.

O Ramalhão continua sua escalada na tabela e mantém-se no G4 com 54 pontos, agora na segunda colocação. O time do ABC paulista caminha a passos largos para alcançar o lugar ao sol em que o Timão, bem ou mal, já se encontra. Empatando ou ganhando, a vantagem do Timão é tão grande que a Série A ainda é questão de tempo, o time tem 63 pontos, dez de vantagem sobre o segundo colocado. Mas acumula também, três jogos sem vencer.

FICHA TÉCNICA:

CORINTHIANS 2 X 2 SANTO ANDRÉ

Estádio: Pacaembu, São Paulo (SP)
Data/hora: 11/10/2008 – 16h (de Brasília)
Público: 35.676 pagantes
Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (MG)
Auxiliares: João Bourgalber Nobre Chaves (SP) e Dante Mesquita Júnior (SP)
Cartões Amarelos: Douglas, Jefferson, Cicinho e Marcelinho Carioca (STA), Alessandro (COR)
Cartões Vermelhos: –
Gols: Williams, 7’/1ºT, (0-1); Osny, 10’/2ºT, (0-2), Dentinho, 28’/2ºT, (1-2) e Dentinho, 44’/2ºT (2-2)

CORINTHIANS: Felipe, Alessandro, Fábio Ferreira, William e André Santos; Cristian, Eduardo Ramos (Bebeto, 19’/2ºT), Douglas, Lulinha (Otacílio Neto, intervalo) (Wellington Saci, 27’/2ºT) e Morais; Dentinho. Técnico: Mano Menezes

SANTO ANDRÉ: Neneca, Douglas, Marcel e Fernando; Cicinho, Jefferson (Tatá, 26’/2ºT), Williams, Marcelinho Carioca e Jaílson; Osny (Ricardinho, 26’/2ºT) e Márcio Mixirica. Técnico: Sérgio Soares.

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