Preso após manter a ex-namorada por cem horas em cárcere privado, Lindemberg Fernandes Alves falou a policiais civis em Santo André (Grande São Paulo) que ama a adolescente –Eloá Cristina Pimentel, 15–, informa reportagem de Kleber Tomaz e de Fábio Takahashi publicada na edição deste domingo da Folha.
A adolescente foi baleada na cabeça e teve morte cerebral confirmada na noite de ontem. A Polícia Militar afirma que invadiu o apartamento onde a jovem era mantida refém porque Alves disparou um tiro.
Preso, ele chegou a ser levado para o 6º DP da cidade –onde se recusou a falar sobre o caso– e, depois, para o Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos). Aos policiais do grupo, Alves se queixou de dores pelo corpo e foi medicado.
Isolado dos demais presos, por questão de segurança, ele não chorou, não dormiu, não comeu nem bebeu. Alves só dizia: "Quero Eloá. Eu amo a Eloá. Ela é tudo em minha vida".
De acordo com os policiais que tiveram contato com Alves, ele aparentava estar emocionalmente abalado, sem saber o que havia acontecido, mostra a reportagem.
No sábado (18), o rapaz foi levado para o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros (zona oeste de SP) –que abriga presos ameaçados de morte por detentos.