Conforme prometido, os moradores do Conjunto Virgem dos Pobres, no Dique Estrada realizam nesta quinta-feira, novo protesto contra as obras de construção de um conjunto habitacional que faz parte do projeto de reurbanização da orla lagunar. Os moradores repudiam a derrubada de árvores do canteiro, onde serão construídos os 19 prédios previstos no projeto.
Na tarde desta quinta-feira, dois dias após o último protesto, os moradores usaram os troncos e galhos de árvores derrubadas para fazer uma barreira de fogo e bloquear o trânsito em uma das vias da Avenida Senador Rui Palmeira, no Vergel do Lago. “Nosso objetivo é chamar atenção da sociedade através dos protestos e sensibilizar o Misnitério Público Federal para o problema da agressão ambiental que vai ocorrer com a construção dos prédios”, disse uma das moradoras.
Para Dona Maria Girleide da Silva, o problema não é a construção dos prédios, mas o local onde está sendo construído. “Nós não vamos parar, estamos aguardando uma resposta do Ministério Público Federal. Não temos nada contra a construção. Pode ser construído em qualquer lugar, contanto que não seja uma área verde”, argumentou.
Policiais militares do 1° BPM, Radiopatrulha, agentes da Polícia Civil e Corpo de Bombeiros estiveram no local para conter os manifestantes e impedir que o fogo se alastrasse. Apesar do tumulto não houve engarrafamentos no local. A Polícia desviou o trânsito nas ruas circunvizinhas.
Somente com a chegada do Centro de Gerenciamento de Crises da PM o protesto foi encerrado. Os policiais acordaram que será agendada uma reunião entre os moradores e os órgãos responsáveis pela obra.
De acordo com o aspirante Alison do 1° BPM o clima está bastante tenso no local. Trabalhadores da obra chegaram a denunciar que estão sendo ameaçados por moradores do Conjunto.
Representações
Em agosto deste ano, os moradores entraram com uma representação contra a obra no Ministério Público Estadual, que abriu procedimento administrativo para analisar o caso. Os moradores reforçaram as denúncias de que a obra será construída em local inadequado, sem recuo suficiente em relação à pista do Dique Estrada e onde funcionam as redes de abastecimento de água e esgoto do conjunto, além de retirar dos habitantes o espaço de lazer.
Na última terça-feira, 21, o Ministério Público de Alagoas considerou improcedente o pedido de embargo ao Projeto feito pelos moradores, decidindo pelo arquivamento do inquérito (nº110/08), instaurado pela Promotoria de Justiça Coletiva da Fazenda Pública Estadual.
Agora os moradores aguardam o parecer do Ministério Público Federal (MPF).