O advogado Ademar Gomes, defensor de Everaldo Pereira dos Santos, pai de Eloá Pimentel, morta após seqüestro em Santo André, declarou hoje que seu cliente “esta sendo acusado em Alagoas apenas por homicídio, e não há qualquer indício em São Paulo, que pertencesse a uma organização criminosa PCC em Santo André, inclusive tendo como parceiro o próprio Lindemberg Alves, o responsável pelo seqüestro e morte de sua filha, como tem divulgado para a imprensa o diretor-geral da Polícia Civil de Alagoas, Marcílio Barenco”.
Gomes disse que recebeu com indignação essas declarações, que considera “levianas e inconseqüentes” e que essa atitude da polícia alagoana reforça a tese de que “Everaldo é uma pessoa marcada para morrer, pois o que se está tentando fazer é caracterizá-lo como um criminoso de alta periculosidade, ligado à organização do PCC. Se capturado e encaminhado para Alagoas, a polícia local terá então desculpas para desaparecer com ele, justificando o ato como ação de integrantes do PCC”.
Gomes enfatizou também que a Polícia Civil de Santo André (ABC) negou a existência de relação criminosa entre o pai de Eloá Pimentel, Everaldo Pereira dos Santos, e o ex-namorado da garota Lindemberg Fernandes Alves. A versão desmente a opinião do diretor-geral da Policia Civil de Alagoas, Marcílio Barenco, que afirmou ter “suspeitas concretas de que Lindemberg e Santos faziam parte de um grupo criminoso em Santo André”.
Após contato telefônico com familiares de Everaldo, o advogado transmitiu o desejo de seu cliente de não se entregar, “ao menos enquanto não tiver a segurança de que não será morto ou desaparecido em condições não esclarecidas”. Quanto aos crimes de homicídio de que Everaldo é acusado em Alagoas, Gomes disse que é importante que tudo seja rigorosamente apurado de forma transparente, pois “ele era membro da Polícia Militar e, no exercício de suas funções, pode ter se envolvido com mortes em combates com marginais. Além disso, é importante lembrar que as pessoas que supostamente seriam suas vítimas, tinham de alguma forma envolvimento criminal. Portanto, ninguém era santo!”.
Ademar Gomes ressaltou também ter “plena confiança na polícia de São Paulo, que não se envolverá com as escaramuças ou artimanhas pretendidas pelo diretor-geral da Polícia Civil de Alagoas”. Gomes disse ainda que “estão tentando imputar a meu cliente crimes e associações criminosas das quais ele absolutamente não faz nem fez parte, com o único propósito de confundir a opinião pública e ter argumentos para que seja morto na cadeia”.
Com relação às declarações do delegado-geral da policia civil de Alagoas, de que a esposa atual de Everaldo Ana Cristina Pimentel, será indiciada também por falsidade ideológica por não ter denunciado-o, Gomes disse que essas acusações não passam de especulação, pois qualquer estudante de Direito sabe que a pena do crime de falsidade ideológica é de 1 a 5 anos de reclusão e o crime prescreve em 12 anos, portanto, não há mais que falar em crime falsidade ideológica.