Chegou a hora de o Inter parar de iludir o torcedor e encerrar esse papo de vaga na Libertadores. Acabou. O empate por 1 a 1 com o Náutico na noite desta quarta-feira, no Beira-Rio, foi a prova clara de que disputar a principal competição continental, mesmo que a matemática ainda permita, é um sonho totalmente fora da realidade. O resultado também não caiu bem para o Timbu, que entrou na zona de rebaixamento.
Os gaúchos foram para 48 pontos. Os pernambucanos somam 33. Agora, o Inter será obrigado a priorizar a Copa Sul-Americana. Na quinta-feira, a equipe de Tite visita o Boca Juniors na Bombonera. Antes, enfrenta o São Paulo no Morumbi. O jogo é domingo. No sábado, o Náutico recebe o Vitória.
O Náutico viajou a Porto Alegre com o objetivo evidente de somar pontos. Se fossem três, perfeito. Se fosse só um, sem problema. É por isso que o time pernambucano armou uma retranca do tamanho do Beira-Rio. No setor de ataque dos visitantes, o gramado do Gigante mais pareceu terreno baldio.
Naturalmente, o Inter ficou quase o tempo todo empurrando o Náutico contra o próprio gol. Com as ausências de Alex e Nilmar, foi D’Alessandro quem chamou o jogo. Com aqueles dribles que costumam deixar os marcadores sem pai nem mãe, “el cabezón” até conseguiu armar alguma coisa, mas não o suficiente para os gaúchos alcançarem o gol. Marcão esteve muito bem pela esquerda. Na frente, Daniel Carvalho, às vezes participativo, às vezes displicente, mais errou do que acertou. E foi vaiado. Guto não teve vitória pessoal sobre os defensores.
Em um Beira-Rio muito mais vazio do que o habitual (pouco mais de 10 mil torcedores), o momento de vibração mais forte da torcida ocorreu aos seis minutos, quando “el loco” Guiñazu, de volta ao time, chutou por cima. A galera adora o gringo.
Mas a maior chance foi aos 15. Eduardo brilhou ao fazer duas defesas difíceis, uma no reboque da outra. Ângelo bateu falta na entrada da área, o camisa 1 espalmou e Guto concluiu no rebote para outra defesa de Eduardo (assista ao vídeo ao lado).
O Náutico teve esporádicas escapulidas ao setor ofensivo, sempre no contra-ataque. André Oliveira forçou Lauro a praticar defesa em dois tempos ao chutar bola rasteira de fora da área, aos 21.
O Inter voltou para o segundo tempo com uma pressão incrível. Em 15 minutos, foram sete chances claras. Marcão e Daniel Carvalho acertaram o travessão de Eduardo. Índio por vezes virou centroavante. Em duas grandes jogadas, quase fez. O goleiro defendeu as duas. D’Alessandro e Guto tiveram conclusões perigosas, por cima. Como contrapartida, o Timbu fez um gol com Gilmar, mas a arbitragem anulou porque viu falta do pernambucano no lance. Clodoaldo, aos 24, perdeu gol incrível.
A pressão colorada era insustentável. Ângelo, aos 40 minutos, conseguiu furar a retranca do adversário. Mas aos 47 veio o balde de água gelada para os gaúchos. Em cruzamento na área, o goleiro Eduardo desviou e Vagner Silva fez o gol: 1 a 1.
Ficha técnica:
INTERNACIONAL 1 x 1 NÁUTICO
Lauro, Ângelo, Índio, Bolívar e Marcão; Edinho, Guiñazu, Andrezinho (Taison) e D’Alessandro; Daniel Carvalho (Luiz Carlos) e Guto (Walter). Eduardo, Vagner Silva, Everaldo e Adriano Alves; Ruy, Ticão, Reinaldo, André Oliveira (Clodoaldo) e Anderson Santana (Alessandro); Willian e Gilmar.
Técnico: Tite. Técnico: Roberto Fernandes.
Gols: Ângelo, aos 40, e Vagner Silva, aos 47 do segundo tempo.
Cartões amarelos: Daniel Carvalho (Inter); Reinaldo e Vagner Silva (Náutico). Cartão vermelho:
Estádio: Beira-Rio. Data: 29/10/2008. Árbitro: Antônio Hora Filho (SE). Auxiliares: Ivaney Alves de Lima (SE) e Aílton Farias da Silva (SE).
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