Polícia investiga dois suspeitos da morte de Rachel

A polícia investiga dois suspeitos do assassinato de Rachel Maria Lobo de Oliveira Genofre. O corpo da menina de 9 anos foi encontrado dentro de uma mala abandonada na rodoviária de Curitiba na madrugada de quarta-feira (5), com sinais de violência sexual e estrangulamento. Até por volta das 19 horas desta quinta-feira (6), no entanto, ninguém havia sido preso.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) não divulga informações sobre o andamento das investigações. Segundo o telejornal ParanáTV 2.ª edição, policiais civis disseram que os dois suspeitos são pessoas que conheciam o trajeto feito pela menina todos os dias entre a escola, no centro da cidade, até a casa dela na Vila Guaíra. A polícia acredita que apenas uma pessoa tenha cometido o crime.

Mãe de menina não sabe detalhes do crime
A mãe da menina Rachel Maria Lobo de Oliveira Genofre, de 9 anos, está sendo poupada dos detalhes da morte da criança, segundo o padrinho de Rachel, Marcos Antônio Santos. Maria Cristina Lobo deve deixar Curitiba ainda nesta quinta-feira (6). “Queremos que ela fique longe de tudo isso”, afirmou Santos, apontado como porta-voz da família.

Segundo Diana Leão, vizinha de Maria Cristina e madrinha do irmão de Rachel, a mãe da menina não dormiu desde que a filha desapareceu, na segunda-feira (3). “Ontem ela quis ver o jornal. Eu não deixei. Disse: ‘se você quiser saber alguma coisa, eu te conto’. Ela não quis”, contou Diana.

O irmão de quatro anos de Rachel também não sabe ainda o que aconteceu. “Ele pergunta da irmã, mas o que a gente vai dizer?”, conta Diana.

A família materna de Rachel deve deixar a cidade para um sítio em Santa Catarina. “Pedimos a todos que dêem espaço para ela, por melhores que sejam as intenções, porque a dor é muito grande”, afirmou Santos. Leia matéria completa

Os policiais contaram, ainda segundo o telejornal, que a análise das imagens das câmeras externas da rodoviária e da área central, próxima ao colégio onde Rachel estudava, não trouxe nenhuma pista para o caso. Não há sistema de monitoramento na parte interna do terminal. O computador que a menina usava para acessar a internet foi periciado e os policiais também não encontraram nenhuma pista.

O lençol que envolvia o corpo no momento em que foi achado também passará por uma análise. Segundo a polícia, há indícios de que ele pertence a um hotel.

Protesto

Alunos, professores e funcionários do Instituto de Educação Erasmo Pilloto, localizado no Centro de Curitiba, prometem fazer uma passeata a partir das 10h30 desta sexta-feira (7) para pedir justiça pela morte da aluna.

De acordo com Marisa Peruzzo, vice-diretora da escola, os 1,5 mil alunos do turno da manhã serão dispensados das aulas após o intervalo. “Todos estão convidados para se juntar ao pedido de paz. Esperamos a participação de mais de mil pessoas”, diz Marisa.

O grupo sairá da frente do Instituto de Educação, localizado na Rua Emiliano Perneta, 92, e se seguirá pela Rua XV de Novembro até a agência dos Correios da Praça Santos Andrade. Segundo Marisa, o clima na escola, onde as aulas foram retomadas nesta quinta-feira, ainda é de luto. “Há muita comoção e revolta por parte dos alunos”, diz. “Foi uma barbárie”.

Enterro

O corpo de Rachel foi enterrado por volta das 10h30 desta quinta-feira(6) no Cemitério do Santa Cândida. O sepultamento aconteceu debaixo de muita chuva, acompanhado por mais de 100 pessoas, entre amigos, colegas de escola e familiares. Crianças carregavam faixas em homenagem à menina e convidavam os demais presentes a participar da passeata marcada para a sexta-feira.

Pouco antes do enterro, o pai de Rachel, Michael Genofre falou emocionado sobre a filha. “Ela era o meu tesouro. Todo mundo gostava dela”, disse. “Mas, a partir de agora, ela está em uma situação melhor”.

Crime

Rachel estava desaparecida desde as 17h30 de segunda-feira (3), quando saiu do Instituto de Educação, onde estudava. A menina era filha de uma professora e ia e voltava todos os dias sozinha da Vila Guaíra, onde morava, até a escola, de ônibus. O desaparecimento já estava sendo investigado desde a segunda-feira (3) pelo Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride).

A mala foi encontrada embaixo de uma das escadas do setor de transporte estadual, por uma família indígena, que estava morando no local havia duas semanas. O corpo estava inteiro, ainda com o uniforme do Instituto de Educação e apresentava sinais de estrangulamento. Os médicos do IML confirmaram que a menina sofreu violência sexual.

O crime chocou família, amigos, e pais colegas da menina. Rachel cursava a 4ª série no Instituto de Educação. Filha de pais separados, a menina morava com a mãe e os avós maternos na Vila Guaíra. Em outubro de 2007, quando estava na 3.ª série, ela ganhou o terceiro lugar no 13.º Concurso Infanto-Juvenil de Redação, promovido pela Seção Infantil da Biblioteca Pública do Paraná. Este ano recebeu o primeiro prêmio no mesmo concurso.

Serviço

Quem tiver informações que possam ajudar nas investigações sobre o assassinato de Rachel pode entrar em contato com a Delegacia de Homicídios pelos telefones 3363-0121 e 3363-1518. A identidade do informante será mantida em sigilo.

GAZETA DO POVO/CURITIBA

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