Agentes penitenciários conseguiram evitar na noite de segunda-feira, dia 10, a morte de um reeducando no Presídio Cyridião Durval. Edvan de Lima Moura, 19 anos, seria enforcado dentro de sua cela após o ‘tranca’ por cinco detentos do módulo. Ainda ontem foi descoberto um plano de fuga em massa, que seria concretizado durante o pernoite do próximo final de semana.
A morte do reeducando foi evitada durante o ‘tranca’ no módulo G-5 da unidade prisional. Edvan havia sido torturado e humilhado por cinco detentos pelo fato de ter – segundo ele – derrubado, sem intenção, uma marmita no chão. A vítima teve os braços amarrados e foi obrigado a ‘passear’ despido pelo módulo com uma corda de nylon amarrada no órgão genital.
Num descuido dos agressores, Edvan conseguiu gritar, pedindo socorro, e foi encontrado sem roupa dentro de sua cela, onde uma corda já estava amarrada em uma das grades para ser enforcado.
O reeducando contou que chegou a ser agredido fisicamente pelo fato de ter derrubado uma marmita. “O Flávio me mandou levar uma marmita para uma cela e escorregou da minha mão. Eles chegaram a comentar que eu era muito mosca para estar na cadeia e disse ‘você vai é pra corda agora’!”, explicou o reeducando durante depoimento na Delegacia de Plantão II, localizado no Conjunto Salvador Lyra.
De acordo com a direção da unidade, os cinco reeducandos envolvidos na agressão são: Flávio Soares da Silva, 30 anos; José Cícero da Silva; 24; Alexandre Codá de Almeida, 29; Edvan Jacinto Santos da Silva, 24; e Ismar Honório dos Santos, 25.
A vítima e os agressores foram encaminhados para Delegacia de Plantão II na noite de ontem, onde foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por lesão corporal pelo delegado plantonista Gilson Rego Souza.
Fuga em Massa
O reeducando agredido chegou ainda a informar à direção do presídio um plano de fuga em massa por meio de túnel, que seria concretizado durante o pernoite deste sábado. Ao fazer a revista no módulo G-5, os agentes encontraram uma escavação que tinha início no pátio do módulo.
O túnel tinha aproximadamente 15 metros de comprimento e seguia do pátio do módulo G-5, com destino a lateral do Pavilhão do Artesanato – localizado aos fundos do presídio. Todos os reeducandos do módulo permaneceram isolados durante todo o dia para que o Departamento de Engenharia da Intendência Geral do Sistema Penitenciário (Igesp) realizasse o fechamento.
Ainda durante a revista dos agentes penitenciários foram encontrados sete aparelhos de celular que estavam de posse dos reeducandos, além de armas artesanais, maconha e crack.