Ocorre nesta quinta-feira, 27, às 18 horas, na Catedral Metropolitana de Maceió, a celebração da Missa da Paz “Juntos pela Paz e pela Vida! Pelo Respeito às Diferenças!”. A missa é uma iniciativa da Arquidiocese, na busca de envolver a comunidade de Maceió nesse espaço, que foi disponibilizado para trabalhar a temática do racismo. Nove paróquias da cidade já confirmaram participação.
A missa acontece com o objetivo de revisar conceitos dentro da sociedade. A coordenadora do Fórum Estadual de Educação e Diversidade Étnico-racial, Arísia Barros, acredita que essa ação tem mobilizado a sociedade para debater o racismo, trazendo articulações e fazendo circular a discussão sobre o tema. Um dos objetivos é fazer com que cada membro da comunidade se transforme em um parceiro estratégico, que não espere a ação de outrem e que aja em busca da diminuição das diferenças.
De acordo com Arísia, o preconceito vem de uma falta de conhecimento e de um reflexo de políticas públicas antigas, que não diminuem a discriminação. “É uma cultura antiga, que faz acreditar que o negro é um ser inferior. No Brasil, onde temos um racismo velado, a miscigenação parece apenas embranquecer negros — os chamados pardos -, porém sem escurecer os brancos”, afirma. O Estado tem trabalhado essa questão deixando o tema em evidência. O maior reflexo disso foi a vontade do arcebispo Dom Antônio Muniz de agregar a discussão à Missa da Paz.
Arísia expôs ainda que a cultura antiga da inferioridade negra deixa toda essa população à margem do processo social, levando-a à miserabilidade, já que a maior parte da periferia é de pessoas negras. Sem um diagnóstico atual da quantidade de pessoas que vivem nessas condições, fica mais difícil trabalhar a conscientização. “Por isso, a missa traduz essa vontade de fazer com que as pessoas se identifiquem com o outro e que passem a providenciar espaços mais amplos de debate”, declarou.