O responsável pela coordenação de resgate na região do complexo do Baú, major César Assunção Nunes, afirmou que a equipe espera encontrar até 19 corpos em Ilhota (SC). "Temos uma expectativa de encontrar de 14 a 19 corpos em Ilhota, na região do complexo do Baú. Sabemos, ainda, de um corpo em Luiz Alves e outros quatro em Gaspar", disse.
A instabilidade climática diante da forte onda de chuva que caiu sobre o Morro do Baú nos últimos dias tem afetado o trabalho de busca da Defesa Civil. Muitas áreas, sobretudo as regiões que englobam a chamada zona vermelha, um lugar em que ainda existem riscos de desabamentos, na porção alta do morro, ainda não foram liberadas.
"Ainda não estamos trabalhando de forma permanente porque a condição do solo e meteorológica não são boas. Muitos lugares somente podem ser alcançados por via aérea, através de helicópteros", disse Nunes.
A demora nas buscas deixa ainda mais dramática a situação dos desabrigados que estão alojados em um dos abrigos montados às pressas na região do Baú Central, no município de Ilhota. "No Alto do Baú tenho oito conhecidos desaparecidos. Fora os 12 que já foram retirados. Tenho sorte de estar vivo no meio dessa tragédia", contou o auxiliar de serviços gerais Marcílio Silva Mota.
A quantidade de lama e a formação de lodo são os maiores problemas enfrentados pelas equipes de busca, que apesar das dificuldades, têm se mantido, na medida do possível, de forma operante. "As buscas sofrem paralisações conforme o tempo. Existem pontos de área a desabar. O resgate dos corpos é muito complicado", afirmou Nunes.
Além do trabalho do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil, o grupo de resgate conta com ainda com uma equipe de geólogos para avaliar a viabilidade das buscas. "Há um desencontro muito grande de informações. Estamos fazendo essa triagem antes de sair. Qualquer informação é transformada em coordenada e avaliada do ponto de vista geológico. À partir daí uma equipe é colocada em operação", disse.
Cada equipe é formada por pelo menos seis6 homens do Corpo de Bombeiros. Eles deixam a base ao lado de dois cães farejadores. Atualmente, 60 soldados do batalhão do Rio Grande do Sul e Santa Catarina estão à disposição para atuar nas buscas.
Neste domingo, o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, se reúne com o prefeito de Ilhota para traçar novas medidas de resgate.