Depois de viver um conto de fadas por dois anos – período em que foi casado com a atriz Susana Vieira -, com direito a viagens e automóveis de luxo, o ex-PM Marcelo Silva, de 34 anos, perdeu a luta que travava contra o vício. Após receber cocaína das mãos de PMs, na tarde de quarta-feira, no Centro, ele passou 13 horas consumindo a droga. Marcelo teve alucinações e morreu, na quinta-feira, quando chegou em casa, no Hotel Transamérica, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio .
Durante o auge das alucinações, Marcelo correu em volta de seu Polo e chegou a lutar contra um inimigo inexistente no banco do carona do carro.
A provável causa da morte, segundo o delegado Rafael Willis, da 16a. DP (Barra da Tijuca) é overdose. Foi a terceira recaída de Marcelo Silva em 31 dias, após um período de um ano e dois meses de abstinência.
As outras recaídas aconteceram em 10 de novembro e 4 de dezembro. Quando morreu, o ex-marido de Susana Vieira estava com a namorada, a estudante Fernanda Cunha, de 24, com quem passou a viver depois que se separou da atriz, em novembro.
Homens fardados passam cocaína
Ela prestou depoimento e contou que a morte do ex-PM começou a se desenhar na quarta-feira. Por volta das 13h, o casal foi ao Centro do Rio, onde Marcelo iria resolver problemas com a Receita Federal.
Pouco depois, homens fardados, que estavam em uma patrulha, passaram a droga para Marcelo em um estacionamento. Como estava com a pressão baixa, a estudante adormeceu no Polo de Marcelo Silva. Às 15h, o ex-PM entrou no Motel Shalimar, em São Conrado, dirigindo o veículo. Às 20h, Fernanda acordou e viu o namorado consumindo cocaína ao lado da piscina.
Ex-PM cheirou enquanto dirigia o Polo
Marcelo Silva teria continuado a se drogar. Às 4h de ontem, a estudante Fernanda Cunha acordou novamente e viu que o namorado estava completamente alucinado. Ela o convenceu a ir embora. Mesmo fora de si, ele insistia em dizer que estava sendo perseguido. O ex-PM não permitiu que a namorada dirigisse seu carro.
Segundo o depoimento de Fernanda, durante o trajeto de 12 quilômetros até o Hotel Transamérica, Marcelo cheirou uma carreira de cocaína na capa de um CD, enquanto segurava o volante do carro.
Marcelo achava que estava sendo perseguido
Ao chegar no estacionamento do hotel, por volta de 4h30m, Marcelo acelerou o veículo, pois achava que estava sendo perseguido. Ainda de acordo com depoimento de sua namorada, o ex-PM se atirou no banco do carona do Polo, gritando "Te peguei, te peguei".
Depois permaneceu quieto. Uma vizinha foi chamada e buscou a mãe de Marcelo. Ela verificou que havia sangue no nariz de seu filho e procurou socorro dos bombeiros da Barra da Tijuca. Às 9h30m, após uma tentativa frustrada de reanimá-lo, o ex-PM foi declarado morto pelos bombeiros. A PM foi procurada, mas não comentou a denúncia.