O vigilante Gabriel Ribeiro de Sena Filho, que mora em Planaltina, Goiás, foi solto na segunda-feira (29), após ter sido preso por não pagar pensão de um filho que não é dele. Logo na saída da delegacia recebeu um abraço da mulher.
Depois de 12 dias na prisão e de dividir a cela com sete pessoas, a aflição de Gabriel chegou ao fim. “No momento, só quero ir pra casa ver meus filhos e ir ao trabalho resolver o que tem que resolver”, disse o vigilante.
A liberdade de Gabriel Filho, que quase perdeu o emprego, foi um alívio. Para a esposa e os três filhos, o Natal não foi nada bom. “Foi uma injustiça. Isso não se faz com um cidadão trabalhador, pai de família. Ele é um ótimo pai e um ótimo esposo. Isso dá um desgaste na família, acaba com uma família. Eles deviam olhar mais pra esses casos”, reclama a doméstica Marizete Guaberto, esposa de Gabriel.
A prisão de Gabriel foi pedida pela Justiça de Santo Antônio do Descoberto, em Goiás, em novembro de 2006. Mas só no dia 17 deste mês, dois anos depois, ele foi detido. Um exame de DNA, feito em julho de 2006, provou que o filho não era dele. Neste caso, Gabriel não deveria ter sido preso.
O teste de DNA nunca foi citado no processo. Diante de tanta confusão, o advogado de Gabriel, André de Assis Machado, vai investigar de onde partiu o erro. “A gente sempre aprende que deve tratar a todos de forma igual. Mesmo assim, encontra vários casos que merecem uma interrogação. Demorou, mas deu o resultado que a gente queria”, destacou o advogado.
O advogado informou que pode entrar com pedido de indenização contra o estado, depois que examinar melhor a confusão do processo.