Durante seu segundo discurso de posse, o presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou mais uma vez seu compromisso com as populações mais pobres e criticou quem o acusa de realizar um governo "populista".
"Nosso governo nunca foi, nem é ‘populista’. Este governo foi, é e será popular."
Em outros trechos do discurso, ressaltou que "governar para todos é meu caminho, mas defender os interesses dos mais pobres é o que nos guia nesta caminhada"; e complementou: "[…] Nossa política social, que nunca foi compensatória, e sim criadora de direitos, será cada vez mais estrutural."
No entanto, reconheceu a necessidade da criação de alternativas de trabalho para os beneficiários de seus programas de transferência de renda.
Lula destacou que o Brasil hoje ainda é um país igual em termos de desigualdade social, mas que, após seu primeiro mandato, tornou-se um país diferente, pois essas desigualdades diminuíram.
Não esqueceu de ressaltar o apoio popular que recebeu durante a campanha eleitoral, dizendo que fora reconduzido à Presidência pela "vontade majoritária do povo brasileiro". Disse, ainda, em critica à elite, que, "aqueles que tentaram desqualificar a opção popular" não foram capazes de "entender a vontade de mudança", um dos trechos mais aplaudidos do discurso.
"O povo fez uma escolha consciente. Mais do que um homem, escolheu uma proposta, optou por um lado. Não faltaram os que, do alto de seus preconceitos elitistas, tentaram desqualificar a opção popular como fruto da sedução que poderia exercer sobre ela o que chamavam de ‘distribuição de migalhas’. Os que assim pensam não conhecem e não entendem este país. […] O que distribuímos –e, mais que isso, socializamos– foi cidadania", disse.
Ética
Lula não esqueceu de colocar na pauta a questão ética, muito vulnerável durante os quatro anos de seu primeiro governo, com episódios como o mensalão, o dossiê anti-tucanos e a CPI dos Correios.
No entanto, assim como durante a campanha eleitoral, Lula colocou seu mandato como aquele em que houve o maior combate à corrupção.
"O Brasil ainda precisa avançar em padrões éticos e em práticas políticas. Mas hoje é muito melhor na eficiência dos seus mecanismos de controle e na fiscalização sobre seus governantes. Nunca se combateu tanto a corrupção e o crime organizado. Muita coisa melhorou na garantia dos direitos humanos, na defesa do meio-ambiente, na ampliação da cidadania e na valorização das minorias. […] Nada mais ético do que a promoção do bem comum e da Justiça."