O Brasil apresenta grande deficiência no combate à corrupção, apesar de ter leis consideradas boas, concluiu o Relatório Global de Integridade, produzido pela organização não-governamental Global Integrity, de Washington. O levantamento, que avalia 43 países, foi lançado hoje.
A avaliação principal do estudo é de que o Brasil tem leis consideradas eficientes, porém não consegue colocá-las em prática. No ranking geral, o Brasil ocupa a sétima posição, ficando atrás apenas de Israel, Romênia, África do Sul, Estados Unidos, Argentina e Benin.
Em um dos capítulos, que analisa o processo eleitoral, o estudo avalia que o Brasil tem um bom sistema de votação e participação dos cidadãos. No entanto, considera fraco o controle sobre o financiamento de campanhas.
No campo que analisa a transparência dos atos do governo, a pesquisa considera o Judiciário menos transparente do que o Executivo e o Legislativo. A supervisão do gasto do dinheiro público também é apontada como uma área preocupante no País.
Em relação ao acesso à informação, a pesquisa destaca que o Brasil oferece um ambiente favorável para a livre formação de organizações da sociedade civil. No capítulo sobre os veículos de informação, são apontados problemas para a investigação de casos de corrupção.
A pesquisa aponta ainda que, embora o Tribunal de Contas da União e a regulamentação do setor financeiro tenham destaque, o trabalho da Ouvidoria-Geral da União é considerado pouco efetivo para o encaminhamento das queixas do cidadão. O estudo ainda considera burocrático o processo de abertura e manutenção de empresas.