Embora a inflação oficial brasileira tenha registrado o menor índice desde 1998, os planos de saúde subiram quase quatro vezes mais do que o aumento de preços de 3,14% apontado pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
Os planos de saúde tiveram um reajuste de 12,30% no ano passado e foram o principal vilão da inflação em 2006, com uma contribuição de 0,39 ponto percentual. Desde julho de 1994, os planos de saúde já subiram 300,3%.
No ano passado, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) autorizou um reajuste médio de 11,57% para os planos antigos (assinados antes de 1999) de Bradesco SulAmérica e Itaú Saúde. Para Golden Cross e Amil, esses planos subiram 11,46%. Já o reajuste dos planos novos (assinados a partir de 1999), que representam 66,5% do total, foi de 8,89%.
Segundo o presidente da Abramge (associação que representa empresas de planos de saúde), Arlindo de Almeida, os custos médico-hospitalares vêm aumentando com a descoberta de novas tecnologias e com a maior expectativa da população.
"É comum em todos os países que a inflação médica seja superior à inflação normal", justificou ele.
Além dos planos de saúde, também exerceram forte pressão sobre o IPCA as mensalidades escolares, que subiram 6,79% e contribuíram com uma alta de 0,33 ponto percentual da inflação.
Já as ônibus urbanos subiram 8,11% no mês passado e tiveram um impacto de 0,29 ponto percentual no IPCA. Em seguida, aparecem os empregados domésticos, cujos custos subiram 10,73% devido ao reajuste do salário mínimo.