O Senhor do Bonfim, a divindade mais importante dos religiosos descendentes de africanos, é cultuado hoje, em uma cerimônia que mistura beleza e rituais.
Agora há pouco, na casa de uma das organizadoras da cerimônia, os participantes pegaram a água, que será utilizada na lavagem da Igreja do Senhor do Bonfim, que fica no bairro do Poço.
Depois, o grupo segue em procissão pela ladeira do Óleo, no Jacintinho, com a água perfumada, flores e as sete vassouras virgens que serão utilizadas para varrer e depois lavar a calçada da igreja.
Já na praça em frente à igreja, grupos de capoeira se preparam para recepcionar a comunidade negra que vem em procissão.
Depois da cerimônia da lavagem, haverá uma caminhada pela paz, até o bairro de Ponta da Terra.
Salvador
A maior festa da lavagem das escadarias da Igreja do Senhor do Bonfim acontece em Salvador, onde a cerimônia é realizada desde 1754, época em que os escravos eram obrigados a lavar as escadarias da igreja para a festa do santo, que acontece no segundo domingo depois do Dia de Reis.
Na década de 50, autoridades eclesiásticas proibiram as baianas de lavarem o interior da Igreja, por isso elas lavam somente a escadaria, com água perfumada e muitas flores.
O Senhor do Bonfim, para os que cultuam o candomblé, é Oxalá, a divindade mais importante do panteão africano. Sua cor é a branca. Por isso, a maioria veste branco. Oxalá, na cultura ioruba, é o responsável pela existência de todos os seres do céu e da terra.