As equipes de resgate encontraram na manhã de hoje o corpo da aposentada Abigail Rossi, de 75 anos, na cratera aberta pela obras do Metrô, na Zona Oeste de São Paulo.
O coronel João dos Santos de Souza, comandante dos trabalhos de resgate, confirmou por volta das 6h20 que o corpo foi localizado. Abigail voltava do médico e passava pela rua no momento do desabamento. Ela encontraria o marido em uma estação de trem.
Segundo o comandante, o filho da aposentada, Sílvio Antônio Azevedo, acompanhou o trabalho de resgate do corpo da mãe. Ele preferiu não ver a retirada para “poder guardar a imagem de Abigail em vida”. O corpo já foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).
Desde sábado (13), as equipes de resgate trabalham com a possibilidade de até sete vítimas no desabamento. A estimativa corresponde aos sete relatos de desaparecimentos feitos na região afetada pelo acidente de sexta-feira (12): um motorista, um cobrador e dois passageiros de um microônibus, dois pedestres (incluindo Abigail) e um motorista de caminhão a serviço do consórcio Via Amarela, responsável pela obra.
O coronel também informou que os bombeiros estão a dois metros do teto do microônibus. Ele estaria "sanfonado". A expectativa dos bombeiros é chegar até o veículo por volta das 10h. Segundo eles, deve haver quatro vítimas no veículo.
O comandante das operações disse também que não descarta a hipótese de que haja sobreviventes. “Apesar do tempo, sempre trabalhamos com essa possibilidade”, disse. Dez equipes dos bombeiros trabalham nesta manhã no resgate das vítimas.
O microônibus chegou a ser localizado neste domingo (14). Uma nova movimentação de terra, no entanto, encobriu a lataria. Os bombeiros chegaram a filmar imagens do veículo sob a terra. O microônibus passava pela Rua Capri, na Zona Oeste da capital, no momento do desabamento.
O deslizamento do canteiro de obras da Linha 4-Amarela do Metrô, localizado na Avenida das Nações Unidas, altura do número 7.200, ocorreu às 15h de sexta-feira.
“Pouco provável”
O governador de São Paulo, José Serra, afirmou ser pouco provável que haja sobreviventes na cratera. "Deus queira (que as vítimas estejam com vida), mas parece pouco provável", disse Serra, respondendo a uma pergunta sobre a possibilidade de sobreviventes, em uma breve entrevista em um dos acessos ao canteiro.
Serra disse que a operação de busca não parou em nenhum momento desde a sexta-feira. O governador admitiu, entretanto, que o resgate a partir de um túnel – visitado por ele no fim da tarde deste domingo – teve de ser interrompido, por causa de dois deslizamentos.
"O trabalho (no túnel) foi suspenso para poder ser refeito. Voltando novamente ao trabalho de cima (da cratera), para aliviar a carga e evitar novos desabamentos", afirmou sobre a nova mudança de foco nas buscas.