O consumidor brasileiro terá a partir de junho um plano mais barato de acesso à internet por meio de linha discada. A Abrafix (associação de empresas de telefonia fixa) informou hoje que as operadoras vão oferecer dentro de cinco meses um pacote de dez horas de navegação na internet por R$ 7,50.
O plano, que ainda deve ser aprovado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), é bem mais barato que o que é cobrado hoje pelas teles e, segundo o governo, deve ajudar a popularizar a internet entre a população de baixa renda.
A Telefônica, por exemplo, oferece um plano de internet ilimitada por meio da linha discada que custa R$ 29,90 por mês. Para o plano mais simples de banda larga, que, no entanto, tem limite para download, a empresa cobra o mesmo valor.
Com a conversão de pulso para minuto a partir de março, o minuto no plano básico passará a custar, no mínimo, R$ 0,0670 (sem impostos). Isto significa que se optar por utilizar a internet no horário normal, o consumidor vai pagar ao menos R$ 40,20 para navegar.
No caso do plano alternativo que também será oferecido pelas teles, o usuário de internet vai pagar R$ 15 mais uma taxa de completamento por ligação para passar dez horas na internet.
Assim como outros planos de telefonia, o pacote de minutos não inclui a taxa que pode ser cobrada pelo provedor de internet.
Se ultrapassar a franquia de 10 horas que custa R$ 7,50, o usuário vai pagar o minuto excedente exatamente de acordo com o plano de telefone que tiver escolhido.
Segundo o presidente da Abrafix, José Fernandes Pauletti, os planos serão oferecidos junto com o equipamento nas redes varejistas que comercializam computadores populares.
‘É uma tentativa de transformar o ‘Computador Para Todos’ no ‘PC Conectado’, que era a idéia inicial do governo’, disse.
O "PC Conectado" era o nome inicial do programa idealizado pelo governo federal para aumentar a penetração do computador e da internet entre a população de baixa renda por meio do barateamento das máquinas e serviços. Hoje o programa é chamado de "Computador para Todos".
Pauletti considera que o público alvo do novo plano seja exatamente o consumidor que compra o computador dentro do programa do governo e quer dar os primeiros passos no mundo da informática.
‘Ele é indicado para quem comprou o computador e quer aprender a usar’, disse.
Neste ano, o governo estima vender cerca de 1,2 milhão de computadores do programa. Em 2006, entre 800 mil a 1 milhão o número de PCs populares comercializados no ano passado, segundo o assessor especial da Presidência da República José Luís Maio de Aquino.
Mesmo assim, o presidente da Abrafix afirma que a oferta do plano deve forçar uma queda dos outros planos de acesso à internet que já estão no mercado. "Ele vai fazer com que baixem o preço."
BNDES
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) informou nesta semana que dobrou o crédito disponível para o Programa Computador para Todos, destinado à compra de computadores populares.
O orçamento subiu de R$ 300 milhões para R$ 600 milhões. Além disso, o banco prorrogou o prazo do programa para até o fim de 2008.
O BNDES financia a rede varejista, nas modalidades de apoio direto e indireto, para a aquisição e comercialização de equipamentos novos e produzidos no país.
Na linha de financiamento anterior, a rede varejista Magazine Luiza foi a que mais recebeu recursos do banco: R$ 80 milhões. Outras redes que participaram da linha de financiamento foram Submarino, Pão de Açúcar, Ponto Frio, Americanas.com.
O preço máximo à vista de venda ao consumidor final deverá ser de R$ 1.400,00, e as configurações dos itens financiáveis deverão ser estabelecidas pelo programa.
O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, já disse que entre as sugestões do ministério para as medidas do PAC (Pacote de Aceleração Econômica) está a elevação do teto de isenção de impostos para venda de computadores para R$ 4 mil.