Os tenentes Pedro Henrique e Douglas Magalhães, do Corpo de Bombeiros de Alagoas, que estão no Centro de Ensino e Instrução de Bombeiros de Franco da Rocha (SP), podem ser acionados a qualquer momento para integrar as equipes que trabalham no resgate das vítimas da cratera do metrô, que cedeu durante a construção da linha 4, na última sexta-feira.
Os oficiais alagoanos chegaram a São Paulo em abril do ano passado e deverão retornar em maio deste ano, após a conclusão do curso de especialização em salvamento para bombeiros oficiais.
Em entrevista exclusiva ao Alagoas24horas, o tenente Douglas Magalhães contou o drama vivido pela população paulistana com a tragédia que teve início na última sexta-feira.
“A população de São Paulo acompanha passo a passo o desenvolvimento da tragédia, com a resgate de cada vítima e vem reconhecendo e destacando o trabalho da corporação”, avalia o tenente Douglas.
Ontem, os dois oficiais alagoanos e os demais alunos do curso foram levados ao local do acidente onde acompanharam o trabalho incansável dos bombeiros, inclusive o resgate do corpo da bacharel em Direito Valéria Marmit, de 37 anos, que deixou três filhos.
“O trabalho vem sendo desenvolvido em um ambiente de extrema instabilidade e insegurança. Os desmoronamentos são constantes e mesmo com o apoio de geólogos e máquinas especializadas, os bombeiros são submetidos a um perigo extremo”, observa.
Os oficiais ressaltaram, ainda, que a experiência tem sido única e embora as diferenças culturais, climáticas e a saudade da família tenham pesado no último ano, o orgulho por está se qualificando para representar bem a corporação alagoana é ainda maior.
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Bombeiros conseguem arrastar microônibus por mais um metro
Os soldados do Corpo de Bombeiros que trabalham no resgate do microônibus soterrado no desabamento da Estação Pinheiros da Linha 4 (Amarela) do Metrô de São Paulo conseguiram arrastar o veículo por mais um metro no início da manhã de hoje.
Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública, o veículo já tinha sido arrastado por três metros durante a madrugada. A chuva que atingiu a cidade entre 3h e 6h e o acúmulo de lama no local, no entanto, atrasam a operação de remoção do microônibus.
Quando o veículo for retirado, é possível que as ferragens tenham de ser cortadas para que seja feita a remoção dos corpos. A Polícia Técnica faz plantão em frente à cratera, para que façam a identificação das vítimas o mais rápido possível.
A equipe de resgate trabalha apenas pelo túnel que liga as futuras estações Pinheiros e Faria Lima. Do outro lado, sobre o túnel que passa sob o Rio Pinheiros, funcionários do consórcio Via Amarela, responsável pela obra, fazem a concretagem do terreno, que ainda oferece risco de desabamento.
O trabalho serve também, segundo a construtura, para facilitar o resgate de novas vítimas do desabamento, caso seja comprovado que mais desaparecidos estão no local.
A possibilidade não foi descartada pela empresa, principalmente devido à suspeita de que o contínuo Cícero Augustino da Silva, desaparecido desde sexta-feira, esteja sob os escombros. A polícia, porém, ainda não tem indícios de que Cícero seja uma das vítimas do desabamento, e deve encaminhar o caso para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Chuva
A chuva começou por volta das 3h desta quinta-feira (18), e ficou mais forte cerca de uma hora depois. A água fez aumentar o volume de lama na cratera e também no túnel da Rua Ferreira de Araújo, por onde os bombeiros pretendiam retirar o microônibus. Uma retroescavadeira chegou a atolar no terreno escorregadio, impedindo a ação dos bombeiros no túnel.
Por conta do quadro, o Corpo de Bombeiros chegou a mudar a estratégia de resgatar o veículo pelo túnel, partindo para uma tentativa de remoção pela própria cratera.
O objetivo era fazer uma base de concreto, engatar cabos de aço no microônibus e tentar içar o veículo até o final da tarde desta quinta-feira. Pela manhã, no entanto, o plano original foi restabelecido.