Um caso inusitado chamou a atenção de policiais e funcionários do Fórum de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Após bater na mulher, o desempregado J.I.D.B.S., de 18 anos, procurou a polícia e pediu para ser preso. Ele disse que brigava muito com P.O., de 15 anos, e precisava ficar atrás das grades antes que a matasse. Ontem, a Justiça negou o pedido de prisão preventiva feito pela polícia, mas mandou o casal se separar.
J. foi até a delegacia de Santa Maria na tarde de quarta-feira (24). Segundo o delegado Carlos Alberto Gonçalves, ele pediu para ser levado para a cadeia antes que acontecesse “uma tragédia”. A briga, contou o desempregado, começou após discussão sobre se o filho, de cinco meses, deveria ou não mamar. Gonçalves disse ter achado o caso estranho, mas, mesmo assim, pediu a prisão preventiva por considerar o desempregado muito “lúcido e convicto”.
Ao ser levado para o fórum, o agressor confesso voltou a insistir na prisão. O juiz Sidnei Bruzusca, no entanto, marcou uma audiência com o casal e com parentes da garota para as 17h de quinta na 4ª Vara Criminal de Santa Maria. Em vez de cadeia, o juiz determinou que os dois se separassem depois de três anos morando juntos, como queria a família da menina. “Ele não tinha amor pela família”, afirmou B.O., mãe da garota.
Mesmo longe de casa e sem bater na mulher, J. corre o risco de ser preso no futuro. Isso porque o juiz determinou que, além de registrar o bebê de cinco meses, ele pague pensão alimentícia. Alegando que o filho não é dele, o rapaz disse que não vai pagar a pensão, o que é considerado crime. Nos próximos dez dias, ele e a criança devem se submeter a um exame de DNA.