A ação impetrada pelos advogados do candidato derrotado nas eleições a governador, João Lyra (PTB), pode perder credibilidade.
O reitor do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), Reginaldo dos Santos, encaminhou ofício ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para informar que o laudo que instrui ação de anulação da eleição para governador em Alagoas não foi um trabalho oficial do instituto.
De acordo com o ofício, o trabalho foi feito por um professor do instituto na condição de pessoa física e, por isso, não pode ser analisado como um trabalho oficial do instituto.
O relatório do professor Clovis Torres Fernandes, diretor da Divisão de Ciência da Computação do ITA, diz que o número de votos registrados em algumas urnas foi menor que o de eleitores que votaram de fato; foram totalizados votos de urnas que simplesmente não existiam; e algumas urnas não registraram votos.
Além disso, 35% das urnas do Estado teriam apresentado erros e o sistema de voto eletrônico teria registrado 22.562 eleitores a menos que o total que efetivamente votou.
Com essas justificativas, João Lyra ajuizou ação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), em dezembro passado, pedindo a anulação do pleito, com o argumento de que teria havido problemas com os arquivos de log das urnas eletrônicas.
Os "arquivos de log" são mais um dos dispositivos de segurança das urnas e servem para registrar todas as atividades da máquina, desde quando é ligada até o encerramento de seus trabalhos.
O TSE destacou que não houve comprometimento da totalização dos votos, tampouco do resultado final da eleição. Além disso, o TSE anunciou que quer contratar, nos próximos dias, a Universidade de Campinas (Unicamp) e o ITA, para que ambas as instituições produzam laudos sobre o ocorrido em Alagoas e sobre a segurança do sistema de voto eletrônico, há dez anos em utilização no Brasil.
Com informações do TSE