Um técnico de futebol pode dispor dos melhores jogadores, aqueles considerados de grande talento e não conseguir ganhar o campeonato. Aconteceu isto em 2006 com a seleção brasileira de futebol. Chegou a copa do mundo como favorita na Alemanha e nem sequer foi finalista. Ganhou algumas partidas, mas não conseguiu conquistar o título.
O mesmo ocorre dentro das organizações – órgãos públicos e setor privado. Nem sempre os resultados alcançados são os esperados. É preciso associar talento com motivação. Sem esta, dificilmente conseguiremos transformar todo o planejamento traçado em ações concretas. Qualquer resultado alcançado pode ser ainda maior, se as pessoas estiverem realmente motivadas. Para isto, precisam ser aplicadas, diariamente, estratégias mais eficazes no sentido de ajudar no desbloqueio motivacional dos funcionários.
Portanto, o maior desafio, sobretudo para os gestores públicos, é a capacidade de inspirar os servidores. Dizemos isto, pois ninguém motiva ninguém. É uma falsa impressão pensar que alguma pessoa tem a capacidade de motivar outras. As pessoas já são, por natureza, auto-motivadas. E, se isto não for uma realidade, alguma coisa está impedindo. Caberá ao gestor identificar qual o bloqueio e fazer com que os seus subordinados possam voltar a contar com o grande diferencial, que é a auto-motivação.
Somente gestores profissionais ou pessoas, que compreendem bem como funciona a mente humana, têm essa capacidade. Existem ciências que tratam da questão, como por exemplo, a antropologia e a psicologia.
Na vida real, quando falamos nessas coisas, alguns pensam que isso é filosofar. Não. É pura prática. Nunca conseguiremos implantar um processo de sinergia dentro de uma organização, se antes não cuidarmos de inspirar as pessoas.
Não temos dúvidas de que esse é o grande desafio do serviço público. Quando a gestão é direcionada para os aspectos ligados a motivação das pessoas, os resultados aparecem e numa velocidade ainda maior do que possamos imaginar. Lógico que, mesmo os servidores não estando suficientemente motivados, alguma coisa deve ser realizada. Mas não o suficiente, dentro das necessidades da população, que tanto cobra respostas rápidas dos administradores públicos.
Sobre motivação, vamos contar uma história: morava num lugarejo próximo de uma barragem um homem chamado José. Um belo dia, veio a notícia de que a barragem estava para romper e todo aquele local estaria inundado e, evidentemente, as pessoas que ali permanecessem iriam morrer.
Mas José sempre respondia: daqui não saio, daqui ninguém me tira, porque Deus vai me salvar. No primeiro dia após o rompimento da barragem quando a água começava a invadir o local, mandaram um ciclista avisar ao José que ele precisaria sair daquela casa. E José respondeu: daqui não saio, daqui ninguém me tira, porque Deus vai me salvar.
No segundo dia foi enviado o Corpo de Bombeiros com a missão de retirar o José. E este, mais uma vez, respondeu: daqui não saio, daqui ninguém me tira, porque Deus vai me salvar. No terceiro dia, quando a água já atingia uma altura maior, enviaram um barqueiro para tentar resgatar o José. E teimoso como ninguém, ele respondeu: daqui não saio, daqui ninguém me tira, pois Deus vai me salvar. No quanto dia, quando a água já atingia quase a cumeeira da casa, chegou um helicóptero para tentar retirar o José, que estava em cima da casa e teimoso reforçou: daqui não saio, daqui ninguém me tira, porque Deus vai me salvar.
No quinto dia, quando foram examinar o José havia morrido e seu corpo estava boiando. Ao chegar ao céu, José foi procurar Deus, indagando: mas Senhor acreditei que ias me salvar e veja o que me aconteceu, acabei morrendo. Então, Deus respondeu: mas José, eu tentei lhe salvar por quatro vezes. Na primeira, mandei um ciclista e você não atendeu. Na segunda, foi o Corpo de Bombeiros, mas você também não concordou em sair. Na terceira José enviei um barqueiro e a resposta foi negativa. Tentei, por último, mandar um helicóptero e, nem assim, você concordou. José, nem Deus consegue salvar quem não quer se salvar.