Dez deputados faltam a todas as sessões

Na abertura do ano legislativo, eles faltaram às cinco sessões da primeira semana

Faltosos podem ter salários descontados
Faltosos podem ter salários descontados

Dez dos 513 deputados federais que tomaram posse no dia 1º de fevereiro não foram a nenhuma das cinco sessões (três deliberativas e duas não-deliberativas) na primeira semana de funcionamento da 53ª legislatura da Câmara, segundo levantamento do G1 com base em dados fornecidos pela Secretaria-Geral da Mesa Diretora da Câmara.

São parlamentares de nove estados, dos quais o Rio Grande do Sul têm dois no ranking dos faltosos: Eliseu Padilha (PMDB) e Mendes Ribeiro Filho (PMDB), que faltaram às cinco sessões da semana.

Também não compareceram a nenhuma sessão Davi Acolumbre (PFL-AP),

Gladson de Lima Cameli (PP-AC), Alice Portugal (PC do B-BA), Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), José Chaves (PTB-PE), Solange Almeida (PMDB-RJ), Vadão Gomes (PP-SP) e Jackson Barreto (PTB-SE).

No caso de terem faltado sem justificativa às três sessões deliberativas (de terça a quinta), quando há votações em plenário, os dez parlamentares podem ter um desconto de cerca de R$ 2.400,00 do salário de R$ 12,8 mil, segundo informações da Câmara.

Os deputados têm desconto em seus vencimentos quando faltam a sessões deliberativas, já que R$ 8.029,5 do salário de R$ 12,8 mil varia de acordo com o comparecimento às sessões nas quais há votação. A regra foi criada por meio do decreto legislativo nº 7, de 1995.

Neste mês, a Secretaria-Geral da Mesa informou que estão previstas dez sessões deliberativas. Assim, a ausência em cada dia em que há votação representa um desconto de R$ 800,00. No entanto, o parlamentar não precisa justificar a falta com antecedência, podendo fazê-lo depois.

Segundo o Código de Ética dos Deputados, é dever do parlamentar comparecer a todas as sessões. No entanto, a ausência em sessões não-deliberativas não afeta seu salário. Por isso, as duas sessões desse gênero nesta semana tiveram quórum baixo.

As sessões não-deliberativas acontecem na segunda e na sexta-feira. Na segunda (5), apenas 142 parlamentares registraram presença, o equivalente a 27,6% do total. Nesta sexta, o número de presentes também foi baixo: 76 (14,85%).

Outro lado

Dos 10 deputados, apenas a deputada Alice Portugal (PC do B-BA) foi localizada pela sua assessoria. Segundo a parlamentar, o motivo de sua ausência em todas as sessões da primeira semana desta legislatura foi um problema de saúde.

Alice Portugal disse ter tido uma hipertensão atípica, que a levou a ser internada no Hospital Português, em Salvador, do domingo (4) até a quinta-feira (8). "Foi uma situação extraordinária porque gozo de saúde plena e sou uma das deputadas mais freqüentes na Câmara. É só observar a freqüência da legislatura passada." A deputada disse ter encaminhado um atestado médico ao líder de sua bancada.

Critérios mais rígidos

Na última terça-feira, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que vai descontar o salário dos deputados que não apresentarem justificativas regimentais para ausências nesta semana, quando haverá esforço concentrado, com sessões de segunda (12) a sexta (16).

Chinaglia fez um apelo aos líderes das bancadas para que, a partir da próxima segunda-feira, a Câmara tente votar projetos importantes, como forma de compensar a semana seguinte, que será comprometida pelo carnaval.

O petista afirmou aos líderes que aceitará somente ausências justificadas por motivo de saúde e missão oficial autorizada pela própria presidência, embora estas já sejam as duas formas de faltas autorizadas na Casa.

O problema é que a Câmara não costuma ser rigorosa na justificativa da chamada "missão oficial", que é quando um deputado viaja a trabalho. Nem sempre há uma fiscalização para conferir se o parlamentar esteve ou não em viagem oficial.

Fonte: G1

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