Um decisão inédita da Comissão Estadual de Ex-Presos Políticos concedeu, na manhã desta terça-feira (13), a indenização máxima de R$ 39 mil ao filho de uma torturada política que ainda estava na barriga da mãe quando ela foi presa pelo regime militar.
João Carlos Grabois, de 34 anos, já havia conseguido, no início deste mês, com a mesma comissão, o direito de receber do estado R$ 22 mil de indenização, mas pediu a revisão do processo. “Não há graus de tortura”, argumenta.
Nesta terça, é aniversário de João Carlos. “Era para eu ter nascido dois dias antes. Eles prolongaram a gravidez da minha mãe como forma de tortura”, conta o empresário. Ele comemorou a decisão ao lado da mãe, Criméia, e com os primos Janaína e Edson Teles, que também conseguiram o direito à indenização máxima nesta manhã.
Os dois ainda eram crianças quando viram os pais, militantes do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), sendo torturados no Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi).
Segundo Alessandra Gutierres, conselheira da Comissão, o dinheiro ainda demora a sair. “Para se ter uma idéia, em 2006 pagamos os processos avaliados até 18 de fevereiro de 2003”, diz.
