O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), um dos aliados históricos do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), avaliou como “coisas normais da política”, o rompimento entre o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) e o atual governo.
Renan está em Murici, sua cidade Natal, na qual seu filho é prefeito, para acompanhar o levantamento dos estragos resultantes das fortes chuvas que caíram na Zona da Mata do Estado na noite de terça-feira.
Lessa anunciou o rompimento – de forma oficial – na manhã de quarta-feira, acusando Vilela de traição e deslealdade. Segundo Lessa, o governo tem feito “jogo de palavras” com os números do Estado para jogar a culpa da atual crise política e financeira na gestão anterior.
Teotonio respondeu na tarde de ontem – durante o retorno dos trabalhos do Poder Legislativo – reafirmando a dívida de R$ 408 milhões e colocando que a gestão de Lessa e Luis Abílio (PDT) não se preocupou com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), ao conceder aumentos que, conforme a atual administração, não poderia honrar.
Diante do impasse, o PDT deixou a pasta de Recursos Hídricos e os órgãos de segundo escalão dentro da estrutura do governo estadual. Os aliados históricos de Lessa, como o PSB, resolveram seguir marchando com Teotonio Vilela.
Para Renan Calheiros a situação é normal. “A política é como a maré, as ondas vão e voltam. É necessário ter calma e analisar as coisas com tranqüilidade. Temos que ciscar para dentro para ajudar o Estado de Alagoas, para que se caminhe a novos tempos e traga recursos. As crises atrapalham isto”, destacou.
O presidente do Senano disse, também, que dentro das alianças políticas, estes rompimentos são fatos corriqueiros. Ele afirmou que Alagoas precisa, agora, é retomar a sua normalidade. “Vamos brigar por segurança e educação de qualidade”. Para Renan Calheiros este é o momento de olhar para frente e deixar de mirar no retrovisor.
“A minha reeleição à presidência do Senado significa isto, a busca por dias melhores. Uma força para ajudar Alagoas, tendo acesso ao governo federal, para que cheguem recursos e, a partir daí, começarmos a andar com os nossos próprios pés. Precisamos sair destes indicadores sociais e isto não é obra de um homem só. Exige-se união de forças”.
Sobre o rompimento de Lessa com Teotonio, o senador disse que pode não ser definitivo. “Em política nada é”, acrescentou. Renan evitou comentar a perda com a ausência do PDT no governo, limitando-se a dizer que é preciso união por Alagoas.