O padre Idair Perina, 43 anos, que teve a batida furtada por um ladrão na quarta-feira de cinzas em Franca, a 400 km de São Paulo, minimizou o crime e evitou falar em punição. “Para todo pecado tem perdão”, resumiu, com espírito altruísta, defendendo que a batina roubada não fará muita falta. “Imagine, tenho várias batinas”, diz.
Junto com a vestimenta, o criminoso levou uma sacola com um frasco de água benta e um livrinho usado para celebrar missas. Os objetos estavam dentro do carro do padre, que tinha ido visitar um doente. “Voltei quando ouvi o alarme. Achei que ele (o criminoso) ia levar o rádio do carro, mas ele levou a sacolinha. Ainda tive tempo de vê-lo indo embora, lá longe”, relata padre Idair.
O pároco acredita que o criminoso tenha se enganado ao fazer o roubo, e que, como não têm serventia fora da Igreja, os objetos levados por ele tem destino certo: a lata de lixo. “Ele deve ter jogado tudo fora”, supõe o padre.
´Acostumado´
Apesar do incômodo, padre Idair, que está há 13 anos na Paróquia de São Vicente de Paulo, segue vida normal. “Já estou acostumado”, afirma. Ele conta que já foi roubado “outras duas ou três vezes”, e que outros padres na cidade também já sofreram este tipo de crime.
Saiba mais
Às vésperas da visita de Bento XVI ao país, padre Idair explica que a preocupação agora é outra.
Ele se prepara para, junto com uma caravana de sua paróquia, participar da celebração do pontífice em 12 de maio em Aparecida, a 167 km de São Paulo. “Estamos muito ansiosos”.
O pároco aposta na segurança particular do papa para poupar o santo padre de qualquer problema com a violência. “Ele estará bem protegido”, aponta.