O Ministério Público de Alagoas recebeu denúncias de que três bebês prematuros morreram na maternidade Santa Mônica por falta do medicamento surfactante, que deveria ter sido adquirido pelo Estado, conforme determinação judicial.
As promotoras de Justiça Cecília Carnaúba, da Promotoria da Fazenda Pública Estadual, e Micheline Tenório, da Promotoria da Saúde, aguardam desde ontem a determinação do bloqueio de R$ 1,4 milhão da conta única do estado para a compra do surfactante, bem como de outros medicamentos e equipamentos como bolsa para alimentação parenteral, equipofoto-sensível; bomba de infusão, soro, água destilada, material de limpeza e desinfecção da unidade, materiais hospitalares e gênereos alimentícios.
“Estamos apreensivos porque outros bebês correm risco de morte por falta do surfactante. A demora da concessão do pedido de bloqueio oferece mais riscos de mortes de bebês atendidos na maternidade”, alertaram as promotoras de Justiça.
Na segunda-feira, o Ministério Público de Alagoas vai requisitar documentação à direção da Santa Mônica para apurar se houve realmente as mortes denunciadas.
O diretor da Casa Maternal Santa Mônica, Carlos Sílver, disse neste sábado que as mortes dos três recém-nascidos na Casa Maternal Santa Mônica, na quinta-feira e sexta-feira, ocorreram porque os bebês já chegaram a maternidade com pré-maturidade extrema.
Segundo ele, as crianças pesavam 500, 680 e 800 gramas, respectivamente, e o quadro clínico apresentado não oferecia a menor condição de sobrevivência.