Depois de uma reunião que durou horas, na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinteal), a diretoria da entidade decidiu defender a permanência da paralisação por tempo indeterminado. O comando de greve quer que a categoria só volte às salas de aula depois que o governo do Estado apresentar um calendário com o pagamento dos 100% da isonomia ainda para este ano de 2007.
“Nós não estamos discutindo aumento salarial para a data-base deste ano, apenas queremos que uma lei aprovada ano passado seja cumprida. Ontem tivemos outra reunião com o governador, desta vez organizada pelo arcebispo Dom Antônio Muniz, que pediu ao governo mais sensibilidade. Nós apresentamos novos números e mostramos que a isonomia pode ser garantida até julho. O que está faltando é apenas vontade política”, condenou Girlene Lázaro, presidente do Sinteal.
De acordo com ela, a diretoria do Sindicato defende a manutenção da greve enquanto não houver o comprometimento do Estado em pagar os 100% da isonomia. “A gente quer uma garantia de que a isonomia será dada. Há quase 20 anos lutando por isso e não podemos abrir mão desse direito agora. Se não houver o pagamento ainda este ano, vamos defender a continuação da paralisação”, afirmou a presidenta.
Desvios
Gilene Lázaro explicou que o Sinteal mostrou, por meio de números, que há cerca de R$ 19 milhões que estão sendo desviados do Fundef para arcar com despesas da Uncisal, Funesa e IZP.
“Nós mostramos que, se o governo destinar os recursos de forma correta, não haverá problema em pagar o reajuste. O problema é que o dinheiro foi administrado erradamente e não podemos ser obrigados a aceitar essa irresponsabilidade de forma pacífica. A isonomia representa um aumento na nossa folha de R$ 12 milhões e temos mais de R$ 19 milhões distribuídos de maneira incorreta”, alfinetou a sindicalista.
A assembléia geral dos professores acontece na manhã desta terça-feira, dia 27, às 9 horas, no clube Fênix. À ela, deverá ser levada, mais uma vez, a proposta do governo de conceder mais 40% de aumento na folha deste mês de fevereiro, que será paga em março.
Na reunião que aconteceu ontem, o governador Teotonio Vilela prometeu levar os novos números para a sua equipe econômica e avaliar a possibilidade de oferecer uma terceira proposta à categoria.
Enquanto o impasse continua, aproximadamente 300 mil alunos estão sem estudar.