Planalto espera PMDB e adia reforma ministerial para a próxima semana

Tarso Genro nega interferência do Planalto na disputa do PMDB

Tarso Genro nega interferência do Planalto na disputa do PMDB

Tarso Genro nega interferência do Planalto na disputa do PMDB
Tarso Genro nega interferência do Planalto na disputa do PMDB

O Planalto adiou mais uma vez o anúncio da reforma ministerial, que deveria ocorrer nesta semana. O ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) disse nesta terça-feira que a reforma sairá por inteiro somente na próxima semana.
Segundo Tarso, "90% da reforma já está pronta na cabeça do presidente [Luiz Inácio Lula da Silva]". "Faltam só alguns detalhes."

Tarso disse que o presidente não quer fatiar o anúncio da reforma. Inicialmente prevista para meados de dezembro, a divulgação dos nomes dos novos ministros foi adiada várias vezes. Numa das vezes, o Planalto informou que a reforma sairia depois da eleição para a presidência da Câmara, vencida pelo deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) em 1º de fevereiro. Depois, iria esperar pela convenção do PMDB, que vai escolher o novo presidente da legenda no domingo.

Segundo o ministro, o adiamento de hoje é justamente para evitar especulações de que o Planalto estaria interferindo na disputa do PMDB. "O presidente vai anunciar a reforma na próxima semana exatamente para não ser lida inicialmente como qualquer interferência na situação do PMDB", afirmou ele.

Apesar das negativas do Planalto, o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Nelson Jobim renunciou nesta terça-feira à disputa pela presidência do PMDB porque entendeu que o presidente Lula estava interferindo na eleição interna da legenda. Ele disputava o cargo com o atual presidente da legenda, o deputado Michel Temer (SP).

"Os acontecimentos das últimas horas enunciam opção objetiva do governo quanto à disputa no PMDB. Diante disso resta-me afastar-me em definitivo da contenda", diz nota divulgada por Jobim.

Entre os motivos alegados por Jobim para desistir de sua candidatura está a suposta intervenção do Planalto na disputa. Segundo aliados do ex-ministro, a gota d’água teria sido o convite feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) para assumir a Integração Nacional.

Jobim considerou que Lula estava fortalecendo o grupo de Temer, já que o presidente do PMDB tem a preferência da bancada do partido na Câmara –onde está Geddel.

"O presidente respondeu [ao Geddel Vieira Lima] ao que parecia melhor, já que esperou tanto e a articulação foi tão difícil. Uma das questões fundamentais era a unidade do PMDB", afirmou Tarso logo após a renúncia de Jobim.

Folha Online

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