O delegado Roberto Cardoso, responsável pelas investigações, revelou que já chegou aos autores do crime. “Não resta a menor dúvida de que Adriana foi a mandante do crime que vitimou Renné Senna pelo fato dela ser a maior interessada na morte e deter o poder econômico, então ela pôde arregimentar as demais pessoas a auxiliá-la a cometer esse crime”, declarou.
O milionário Renné Senna foi morto com quatro tiros no dia 7 de janeiro na porta de um bar em Rio Bonito, na Baixada Litorânea do Rio. De acordo com a polícia, a viúva Adriana Almeida, presa sob suspeita de envolvimento na morte do milionário, se assustou com a ameaça de interdição judicial de Renné Senna feita pela filha dele, Renata.
“Ela perderia a sua parte na herança que era de 50%. Ela começou a arquitetar esse plano e levou a sua consumação através dos seguranças, policiais e ex-policiais que ela conhecia”, completou o delegado.
Viúva acusa ex-advogado de ter se apropriado dos bens
Nesta quinta-feira (15), Adriana Almeida procurou a polícia para prestar seu terceiro depoimento desde a morte do marido. Desta vez, no entanto, a viúva fez acusações a seu primeiro advogado, Alexandre Dumans.
Segundo ela, ele teria se apoderado de dois carros seus na fazenda, um Audi A3 e uma caminhonete S-10, e de jóias. O ex-advogado da suspeita e o delegado do caso estão envolvidos numa guerra de acusações.
A ex-cabeleireira, agora defendida pelo advogado José Lindbergh Freitas, afirmou ainda que Dumans a obrigou a mentir e que ele mesmo teria sido o autor da denúncia anônima que indicou seu paradeiro num hotel de luxo em Niterói, há 45 dias, onde foi presa.
Ex-advogado nega acusações
O ex-advogado de Adriana, Alexandre Dumans, negou as acusações feitas por ela. A viúva o acusou de ter inventado situações para tentar tirar dinheiro dela e orientado a cliente a mentir nos depoimentos.
“Isso não tem nenhuma procedência. Jamais me apropriaria de qualquer bem, de qualquer cliente meu. Eu sou advogado há 30 anos nesta cidade e sempre fui um advogado honrado sem nenhuma acusação”, declarou Alexandre Dumans.
Na quarta-feira (14), o G1 divulgou que a viúva do milionário trocou de advogado. A informação veio da Delegacia de Homicídios, que recebeu a visita do novo defensor, José Lindbergh Freitas. O advogado juntou procuração no inquérito nesta semana e acompanhou Adriana no depoimento desta quinta.
Denúncia surge depois de queixa contra delegado na OAB
Na última quarta-feira (14), o escritório de Dumans reclamou junto à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que o delegado Roberto Cardoso estaria divulgando trechos de conversas dele com Adriana.
A OAB, então, entrou com notícia-crime contra o delegado exigindo a instauração de uma ação penal, com dispensa de inquérito policial. O presidente da OAB, Wadih Damous, e presidente de prerrogativas da Ordem, Fernando Augusto, pedem na Justiça a devolução de todas as gravações que estão na Delegacia de Homicídios do Rio e que elas fiquem acauteladas em juízo.