O ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB-AL) voltará hoje ao Palácio do Planalto pela primeira vez desde que enfrentou processo de impeachment, há 14 anos. Collor vai participar de uma audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao lado de outros quatro integrantes da bancada do PTB no Senado.
Lula perdeu as eleições presidenciais de 1989 para Collor e foi um de seus opositores, no PT, no episódio do impeachment.
Na semana passada, Collor ocupou a tribuna do Senado por mais de três horas para apresentar a sua versão sobre o episódio que resultou na perda de seus direitos políticos e o tirou da Presidência da República. Collor leu um documento de 99 páginas que afirma que o impeachment foi uma "grande farsa".
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) promete fazer nesta tarde um discurso no plenário do Senado para rebater a versão de Collor. Collor recebeu uma série de elogios dos colegas para a sua versão do impeachment, mas Simon não participou da sessão.
Dos 16 senadores que fizeram apartes ao discurso do ex-presidente, apenas o petista Aloizio Mercadante (SP) fez contestações. Alguns preferiram ficar calados, como o senador Tião Vianna (PT-AC).
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse que a Casa deve respeitar o ex-presidente independentemente de seu histórico político. Já o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) afirmou que o Supremo Tribunal Federal o absolveu e o povo de Alagoas lhe mandou para o Senado como sinônimo de perdão de seus atos.