“Cuidar da água é tarefa de todos; governos, poderes, instituições, ONGs e cada um de nós, em nosso ambiente familiar, social e de trabalho”. O comentário é do governador Teotonio Vilela Filho, ao ressaltar a importância das discussões e debates que acontecem neste Dia Mundial da Água sobre a necessidade da preservação e uso racional desse recurso natural fundamental para a vida.
O governador é autor de publicações sobre o tema água, sendo uma das mais recentes “A Água e o Futuro da Humanidade”, onde chama a atenção para o problema da escassez e má distribuição de água no mundo, e para a necessidade de uma boa gestão dos recursos hídricos no Brasil.
No período em que exerceu o mandato de senador da República por Alagoas, foi autor de diversos pronunciamentos sobre o assunto, e participou das discussões para a criação da Agência Nacional de Águas (ANA) e da legislação que hoje normatiza a questão da água no Brasil, como a Lei das Águas – que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. E como presidente da CPI da Seca, em 1987, percorreu os sertões nordestinos testemunhando o drama das longas estiagens e o quanto a escassez de água afeta a qualidade de vida do ser humano.
Preservação
Sobre o problema da poluição, Teotonio Vilela lembrou que cada litro de água poluída contamina oito litros de água pura. E que a cada ano o mundo perde cerca de 10% dos seus rios para a poluição e para o assoreamento. “É preciso e urgente preservar, para que a história não nos condene como a geração que usurpou do futuro exatamente o bem estratégico mais abundante que a natureza nos confiou”, disse. “O que chamamos de problema ecológico hoje é o que chamaremos de problema social e econômico amanhã”, advertiu.
O governador comentou ainda sobre a implicação e risco do consumo de água contaminada, sobretudo por crianças. “60% das mortes de crianças no Brasil se devem a doenças que resultam da água imprópria ou contaminada”, disse. E destacou que menos de 1% da água doce do planeta é acessível ao homem. “Percentual efetivamente utilizável, dentro dos padrões tecnológicos e dos parâmetros econômicos atuais”, observou.
Ressaltou ainda a questão dá má distribuição da água, mesmo num país como o Brasil, que possui a maior bacia hidrográfica do planeta. “A Amazônia concentra 88% de toda a água de que dispomos, mas tem apenas 5% da nossa população; no Nordeste, ao contrário, vivemos 35% dos brasileiros, mas dispomos apenas de 4% da água do país”, observou.