Arara vermelha e mutum pinima, ave que consta da lista nacional de espécies ameaças de extinção, são algumas das aves que procriam em cativeiro mantido pelo criatório do Centro de Ensino Superior de Maceió (Cesmac), em Marechal Deodoro.
O criatório conservacionista é aprovado e homologado pelo IBAMA, que autorizou a instituição de ensino a criar animais silvestres em recintos fechados. O criatório também dá suporte às atividades curriculares desenvolvidas pelo curso de medicina veterinária do Cesmac.
”Fomos o primeiro criatório conservacionista do Estado a realizar este feito. E as dificuldades não são poucas, pois a reprodução de psitacídeos em recintos confinados não é comum, ao contrário, é necessário bastante adaptabilidade ao alojamento, manejo adequado, condições alimentares satisfatórias e afinidade ideal entre o casal de animais”, diz o professor Marcelino Weigmar, responsável pelo criatório.
A arara-vermelha é uma ave típica das Américas Central e do Sul. Atualmente elas são consideradas aves raras e ameaçadas por serem muito populares como animais de estimação, e pela destruição das florestas tropicais onde vivem. Elas são pássaros de beleza exuberante e poderosos que voam até 56 km por hora. Como a maioria das araras, elas passam a maior parte do seu tempo no topo de árvores altas, onde fazem seus ninhos em buracos de troncos. Essa espécie de arara chega a viver até 80 anos em cativeiro.
“No que diz respeito à quantidade de exemplares desta espécie na natureza, o que podemos afirmar é que não existem estatísticas precisas. No entanto acreditamos que este número vem diminuindo gradativamente por causa da destruição dos ecossistemas, da caça predatória e do tráfico de animais silvestres”, explica Weigmar.
Segundo o especialista, a princípio não existe animais silvestres em abundância na natureza. Por isso todo nascimento de qualquer espécie é
comemorado entre os ambientalistas. No criatório do Cesmac já houve nascimentos de emas, quatís, araras-sol, periquitos da caatinga, jacarés de papo amarelo, jibóia, e de um filhote de mutum pinima – ave que consta da lista nacional espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção.
”Nossa rotina técnica é formada de tratos com a alimentação das espécies, vistoria médica, inspeção dos recintos, análise do comportamento dos animais, atualização da conformidade da legislação ambiental e recebimento dos alunos de medicina veterinária do Cesmac”, relata o professor.
Para Weigmar, os criatórios conservacionistas em geral desempenham um papel fundamental na preservação da fauna silvestre, mas também são grandes canais de difusão da consciência ambiental junto à comunidade.