O secretário Municipal de Saúde, João Macário, afirmou hoje – depois de uma reunião com o prefeito Cícero Almeida (PP) – que continua à frente da secretaria com o aval do prefeito e que vai permanecer empenhando para garantir a melhoria da saúde do município e cobrar mais responsabilidade dos governos Estadual e Federal.
Macário teve sua prisão decretada na tarde da última sexta-feira, 30, junto com o secretário de Saúde do Estado, André Valente, pelo juiz Fernando Tourinho, titular da Vara da Infância e da Juventude. O motivo foi o não cumprimento da aquisição de novos leitos de UTI’s neo-natais.
A decisão do magistrado aconteceu depois que o autor da ação civil pública, o defensor Ricardo Antunes Mélro, visitou a maternidade Santa Mônica na manhã da sexta-feira e constatou que a pequena Juliana Ferreira Marinho havia morrido numa das incubadoras do hospital-escola.
O magistrado determinou prazo de 12 horas para que o Estado e o Município adquirissem leitos em UIT’s neo-natais de hospitais particulares a fim de que fosse garantida a assistência materno-infantil.
Para João Macário não dar para trabalhar sob pressão. “O que não dar é trabalhar com essa pressão. Não estamos brincando quando tratamos a saúde do município e as decisões devem ser avaliadas minuciosamente, porque não dar para sair de casa com a maleta e não saber se volto ou vou para o presídio. Precisamos, sim, nos juntar e discutir com clareza para saber que tipo de Saúde nós queremos. Falo da união de todos: as secretarias municipal e estadual de Saúde, além da Defensoria Pública, Ministério Público e a sociedade também”, ressaltou o secretário.
“O município já vinha tomando providência desde a última quarta-feira. Estamos com dois auditores por turno na maternidade. Hoje a situação é outra; temos 49 nove leitos disponíveis e mais 29 estarão sendo desocupados nesta tarde. Houve uma redução significativa. Mas o grande problema são as UTI’s e UCI’s neo-natais, que hoje temos apenas 31 leitos em todo o Estado, quando seriam necessários 60. Destes 31 existentes, 21 estão em Maceió”, explicou.
O secretário afirma, ainda, que a superlotação nas unidades hospitalares se deve à demanda de parturientes vindas do interior. Macário reforça que Alagoas tem 52 maternidades cadastradas pelo SUS, além de casas maternais em todo o Estado, mas são poucas as que funcionam efetivamente. “Elas existem no papel e não dão a resposta quando as pessoas procuram. São profissionais que não cumprem com seus horários e, devido esta falta de responsabilidade, as pacientes se encaminham para Maceió, porque sabem que vão ser atendidas numa das quatro maternidades principais, pois têm o Hospital Universitário e a Santa Mônica, que vão atender de qualquer maneira”, disse.
O secretário chama a atenção do Estado para a implantação do Plano Diretor de Regionalização das Ações de Saúde, que nunca saiu do papel. Segundo João Macário, o que falta é decisão política para colocar o plano em prática. “O que precisa ser questionado é porque o Plano não está sendo implantado e para onde está indo o recurso destinado a este plano”, complementou.