Já houve uma afirmação de que nada se constrói, tudo se transforma. O futebol brasileiro parece querer ferir essa lógica com sua repetição exagerada em tudo, sem nenhuma criatividade. Todos repetem. Dirigentes, treinadores, jogadores, comentaristas e até torcedores.

Os comentaristas mencionam sempre a sobra de jogadores para determinado time. Mesmo que os dois times estejam com os mesmos onze de cada lado, sem expulsão, sem contusão. Esquecem-se e não explicam que do outro lado tem jogador sobrando em algum canto do campo. A prevalência técnica de sobra de um time sobre a do outro deveria ser explicado; e não explicam. Outro argumento generalizado seria o gol só por falha da defesa. Por essa lógica, sem haver sobreposição de um ataque sobre a defesa, se não houvesse falha, todo jogo terminaria empatado sem gols.

Ouve-se que os técnicos estudaram ou conhecem tais e tais times e por isso levam vantagem. A questão é que os treinadores brasileiros só saem dos times por deficiência técnica. Neste caso, parece óbvio que o conhecimento desse treinador sobre o time de onde saiu demitido não traria nenhum efeito positivo. Outra questão que precisa ser igualitária seria a responsabilidade do treinador. Quando ganha é em função do seu “bom trabalho”, quando perde é porque os jogadores não correspondem ao que o treinador pediu. A função técnica limita-se a pedir: então o treinador manda marcar Maradona e se o jogador não conseguir, não obedeceu ao que o treinador pediu! Fácil assim!

Os jogadores repetem que erraram quando não podiam; nunca dizem quando poderiam errar! Além dessa, quando um time está fazendo uma grande campanha, a colocação de que todos querem ganhar da gente; não dizem quando e quais times não querem ganhar.
O pior é o péssimo nível técnico do futebol brasileiro.

Os clubes brasileiros passaram a ser peneiras dos europeus de qualquer divisão, não seguram nenhum atleta quando este interessa a um time da terceira divisão da Itália, Alemanha, Espanha. As semifinais dos estaduais comprovam isso. No último jogo entre Bragantino e Santos, a quantidade de passes errados do Bragantino dá a mostra do nível dos demais estados, considerando que São Paulo seja o melhor tecnicamente. Além disso, mesmo o time precisando de determinado resultado para uma classificação, o atacante comete falta nos zagueiros e prejudicam o time.

Outra falta boba seria aquela que um jogador vai receber a bola e outro por traz dá aquela chegada! São inúmeras faltas totalmente desnecessárias. E nisso os brucutus da maioria dos treinadores têm total responsabilidade. Alguém precisa dizer aos treinadores brasileiros que treinar nada tem a ver com aquele berreiro, palavrões, gestos grosseiros e desrespeito aos atletas. E estes deveriam se impor e não aceitar este tratamento grosseiro e mal-educado.

Não podem ser aceitos por todos outros erros cometidos por atletas profissionais, ao menos de forma reiterada como tem ocorrido: bater escanteio que a bola passe por detrás do gol; cobrar falta por cobertura que bata na barreira; passar a bola para colegas em impedimento; erros de passes laterais ou um pouquinho “semiverticais” e bem próximos (aceita-se nos lances em profundidade para o gol); aquele chuveirinho repetido e inócuo.

No mínimo, 90% são rebatidos pelos zagueiros. Finalizam alguns erros banais a reposição de goleiro com chutões. Também só substitui bem quem escala mal. O resto é conversa fiada e puxa-saquismo. Ah, colega que empurra os companheiros para bajular somente o técnico demonstra falta de companheirismo e personalidade.

Mais de oitenta por cento das faltas marcadas por árbitros brasileiros não existem. Essas faltas não passam de trombadas, escorregões, encontros, choques, acidentes de trabalho. Deve ser banida a palavra acho dos comentaristas; eles têm que comentar o jogo e parar de fazer previsões. Eles não são gurus nem têm conhecimento suficiente para fazer prognósticos antecipados. São muito chatos com esses palpites e chutes. Já os comentaristas de arbitragem falam tudo contrário ao que mostra a imagem.

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