A Polícia Civil de Alagoas estava com um dos integrantes da quadrilha do Sassá atrás das grades da Delegacia de Plantão II, mas não sabia. A informação foi dada na manhã de hoje, pelo chefe de expediente Themildo Duarte das Trevas, que reconheceu o preso, após uma vistoria nas celas da delegacia.
Ailton Pereira da Costa foi preso no final de semana por porte-ilegal de arma, dentro de um ônibus, com um revólver calibre 38. Ailton Pereira ao ser preso, deu o nome falso de Anailton Pereira da Costa. Ele foi detido pela Polícia Militar de Alagoas e conduzido para a carceragem da Delegacia de Plantão II.
O acusado – de acordo com Themildo Duarte – integra uma das mais perigosas quadrilhas de assalto de Alagoas, com diversas ramificações, incluindo desmanche de veículos, homicídios e outros delitos. Um dos líderes do bando – Genival Paulo de Lima, o Sassá, foi morto no início do mês, em uma operação da Polícia Civil de Alagoas, sob o comando do delegado Valdir Silva de Carvalho.
Durante a operação, a Polícia Civil de Alagoas conseguiu prender outros integrantes da quadrilha, entre eles, Lenilson Alves dos Santos, conhecido como “Rei das Fugas”, por conta das diversas vezes que saiu do sistema prisional de Alagoas, sem ser notado. A quadrilha possui ligação ainda com outros bandos, como grupos de extermínios e tráfico de droga.
Ailton Pereira era procurado da Polícia Civil de Alagoas e – segundo Duarte – possui envolvimento com diversos homicídios. No momento em que foi preso, Ailton Pereira estava em companhia de um outro integrante da quadrilha, que não teve o nome revelado pela Polícia Civil de Alagoas. “Não vamos dizer nomes ainda para não atrapalhar as investigações”, destacou Themildo Duarte das Trevas.
O preso e o companheiro devem ser encaminhados para a delegacia do 10° Distrito Policial, no bairro do Tabuleiro do Martins. Em entrevista, Duarte das Trevas revelou que o comparsa de Ailton Pereira é um ex-policial, mas não disse se militar ou civil.
Conforme Themildo Duarte, a confirmação da prisão não foi feita de forma imediata porque Ailton Pereira tinha deixado a barba crescer. Pereira – segundo a Polícia Civil – atuava na área do Tabuleiro do Martins e era um dos homens de confiança de Sassá.
O grupo de Sassá começou cedo. Quando ele tinha apenas 18 anos, já respondia pelo menos por dois homicídios na região do Trapiche da Barra e Vergel do Lago, uma das vítimas era o então traficante Jailson da Silva, o “Lambada”, crime ocorrido em 2003.
No ano seguinte, ele se associou a um dos maiores traficantes de drogas da região, José Augusto de Jesus, o “Nego Del”. Em novembro de 2004, Nego Del foi preso em companhia de outros dois traficantes, entre eles estava Jamerson Santos de Oliveira, preso na operação chefiada por Valdir Silva de Carvalho.
Na época, Sassá conseguiu escapar do cerco policial. Em seguida, os crimes se sucederam, foi atribuído a ele, pela polícia, os assaltos ao comerciante Antônio Lucena de Araújo, das farmácias Lucena, João de Aquino Lima, dono do posto J Aquino, do presidente do TJ na época, desembargador Estácio Gama, do radialista França Moura, do juiz goiano, Danilo Meireles, do restaurante Costelão Frutos do Mar, em Barra Nova e o assalto à Fundação Pierre Chalita.
O grupo também é acusado por dois homicídios de PMs. O primeiro militar assassinado foi Gilvan Leonardo dos Santos, 44, crime ocorrido em 23 de setembro do ano passado. O militar era acusado pelo bando de pontear as ações do grupo e repassar para a polícia, o que resultou no desmantelamento do grupo liderado por Eraldo do Gás. Assim que saiu da prisão, após receber progressão do regime fechado para o sem-aberto, Sassá procurou o militar e o assassinou. O crime aconteceu no Dique Estrada.